É muito provável que o leitor não saiba, mas a chamada planta comigo-ninguém-pode, que ocupa espaços generosos nos quintais e jarros decorativos de todo o Brasil, está classificada como sendo uma das mais tóxicas do mundo. Beleza ela tem. Mas não fala, não grita, por se tratar de um vegetal. Ela apenas envenena, sem culpa. A natureza explica!
E agora vamos para o centro da questão: a vice-governadora Lígia Feliciano (PDT) começa a destilar seu veneno de coração para coração, um jargão mais que defasado do seu esposo, o deputado federal Damião Feliciano, contra o governador João Azevêdo (Cidadania). Exatamente nos moldes da ofensiva comigo-ninguém-pode.
A família teve uma grande ascendência política na gestão do ex-governador Ricardo Coutinho, hoje nas hostes do PT. E cresceu, ainda mais, na primeira gestão daquele que está à frente do Executivo estadual em dias atuais. Essa parentela, como um parasita, ocupou cargos importantes ontem e hoje. Lígia Feliciano é a prova cabal do que digo. É vice, e sempre foi, mas como um cristal bonito, caiu, foi colado, e está na prateleira, mesmo que exiba o tosco da cola.
Parece-me que faz o que quer. Pinta, borda, desenha, apaga, pesca e vomita o peixe que comeu na hora que desejar. De coração para coração. E agora “retira” seu filho, Gustavo Feliciano, de um cargo importante. Era, ele, o timoneiro da Secretaria de Turismo e Desenvolvimento do Governo do Estado. Mais apagado e pouco eficiente nunca observei. Uma “escora” política incômoda.
Sai ele da pasta para buscar dedicação em tempo integral à sua postulação à pré-candidatura a deputado estadual. É assim que sua genitora diz. A verdade é que o PDT paraibano está nas mãos e pés dos Feliciano. Eles são expoentes da agremiação política na Paraíba, e têm um sonho: dar palanque ao presidenciável Ciro Gomes. Isso é fato, mas além, muito além desse de tal conjuntura, buscam barganhar poder, na base do fisiologismo, com Azevêdo. Mas o governador há tempos já percebeu e não cairá em tal armadilha.
Carlos Lupi e a ratoeira
Uma ratoeira armada pelo presidente nacional do PDT, Carlos Lupi tem fachada. Dar palanque a Ciro Gomes na Paraíba, esquecendo que o partido – aquele que ele manda – cresceu no estado às custas da gestão estadual passada e a atual.
E quem pensar diferente está enganado. Lígia Feliciano e sua família nunca foram governistas. De coração para coração ainda estão ao lado de Azevêdo por conveniência E a bola de cristal, mesmo funcionando no modo AM, diz que não haverá racha envolvendo a vice e o governador pelo simples fato de nunca estarem juntos. Isso é uma lógica inconteste.
Hoje Lígia Feliciano dá sinais que partirá para uma candidatura ao governo da Paraíba. Faz ela o mesmo expediente que tentou com Ricardo Coutinho. Mas, após conversas reservadas, “desistiu” de coração para coração. Não é o caso atual.
Resta saber se haverá um forte ataque cardíaco nas relações envolvendo Azevêdo e o clã Feliciano. Lembrando que a tal comigo-ninguém-pode é tóxica e pode matar. Por isso, manter-se em distância segura é fundamental para preservar uma vida política.
C’est la vie !
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