Na passagem do Presidente Jair Bolsonaro por João Pessoa, o prefeito da Capital, Cícero Lucena (PP), fez questão de se fazer presente no palanque, ainda sabendo do ambiente um pouco hostil à sua presença. Cícero Lucena faz parte do partido que faz aliança com Bolsonaro a partir de Brasília, porém, nos estados da federação eles se tornam em retalhos como os de cobertores, segundo os conchavos e interesses com governos estaduais e prefeitos de capitais.
É essa também a realidade na Paraíba, onde o PP tem como presidente estadual o deputado federal Aguinaldo Ribeiro, que fala duas linguagens: uma nacional e outra estadual. Na Paraíba, Aguinaldo se junta ao Governador João Azevedo, que pertence ao PSB, partido que faz oposição ao Governo Federal. Coisas de uma política sem compromisso ideológico e que se move conforme os ventos, porém, o que quero salientar aqui é a bravura e mente aberta do prefeito Cícero Lucena, que antes de tudo vê os interesses da cidade pessoense em primeiro lugar. Eu de minha parte parabenizo a atitude coerente e sábia de Cícero. Picuinhas de um lado e o bem maior de sua cidade em primeiro lugar. Quanto a ação negativa de alguns na multidão em relação à presença de Cícero no evento, isso faz parte do processo democrático, somado a um pouco de insensatez de alguns exaltados.
A presença de Bolsonaro em João Pessoa e Campina Grande veio despertar ânimos adormecidos de seus seguidores e abrir os olhos da oposição no Estado quanto a popularidade que traz o Presidente em meio ao povo paraibano. O mesmo foi ovacionado tanto em João Pessoa, como em Campina Grande. Cícero estava na cerimônia, porém, não estava com o presidente em João Pessoa, o contrário que se deu em Campina Grande, onde grande parte da classe política o recebeu de braços abertos, o que levou a uma movimentação extraordinária de pessoas e uma motociata super poderosa, para uma população minúscula como tem Campina Grande, quando comparada a outras grandes cidades brasileiras.
Onde estão os seguidores de Lula, segundo as pesquisas do grupo Folha? Só Deus sabe. E onde estavam alguns deputados federais e uma senadora que nesses últimos três anos e meio vem se beneficiando de verbas federais? Também só Deus sabe em que cavernas se esconderam, por isso digo: a atitude do Prefeito Cícero Lucena em se fazer presente ao evento com Bolsonaro foi nobre e coberta de respeito. Parabéns Cícero.
Quanto ao governador João Azevedo, não lhe doeria em nenhuma parte do corpo se fazer presente a uma solenidade pública que estava beneficiando a gente governada por ele. A isso chamo de política de fundo de quintal.
Ao Senado ficou claro de uma vez por todas quem é o pré-candidato do Presidente: Bruno Roberto, pouco conhecido, porém, Bolsonaro bateu o pé em apoiá-lo. As razões para esse apoio só o Presidente poderá responder. Em Campina Grande, o Bruno Roberto foi o segundo da carreata, tendo como carro chefe o Presidente em cima de uma moto e o Bruno na garupa. O pré-candidato Nilvan Ferreira também foi privilegiado, talvez em uma nova visita presidencial Nilvan venha a montar-se na garupa do Presidente. Às vezes tenho a impressão que o Presidente sente um pequeno encanto por um pré-candidato a governador que saísse do ninho campinense. Talvez só impressão minha.
Ministro com tendência à esquerda sentado numa das onze cadeiras do STF Brasileiro (Luís Roberto Barroso), se posiciona contra a decisão da Corte Suprema Americana, que acaba de revogar a lei implantada desde 1973 (49 anos) que descriminalizava o aborto em todo território americano, deixando a partir de agora a decisão nas mãos de cada estado.
Temos em USA, 50 estados, 26 se mostram conservadores e já adiantaram que vão estabelecer a proibição do aborto em seus territórios. Na verdade, foi uma decisão meia-sola, ou seja, pela metade. De todo modo, foi um avanço. O Supremo Brasileiro, quanto a esse tema ainda se mantém conservador, sem votos suficientes para fazer uma mudança pró-aborto quase irrestrita, como tínhamos em muitos estados americanos. E assim, espero que continue. No entanto, é uma lástima a posição do Ministro Barroso.
Elcio Nunes
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