Tramita na Assembleia Legislativa da Paraíba (ALPB) projeto de lei que estabelece o “passaporte da vacinação” no estado, estabelecendo restrições para pessoas que se recusaram a tomar a vacina contra a covid-19. Se aprovada, a lei deverá proibir pessoas não imunizadas de frequentar bares, restaurantes, casas de shows, boates e congêneres. Também não poderão se inscrever em concurso ou prova para função pública, ser investido ou empossado em cargos na Administração Pública estadual direta e indireta.
É uma constatação do fracasso da civilização que o estado precise cuidar desta questão, quando se vacinar e cuidar de si e dos próximos deveria ser uma questão de autoconsciência. No entanto, não apenas no Brasil, pessoas e lideranças políticas se posicionam contra as vacinas com teorias da conspiração absurdas pondo em risco suas próprias vidas, de seus entes queridos e da população como um todo.
No Brasil, onde o sistema de saúde é gratuito e universal, essa postura estúpida pode gerar, ainda, custos adicionais para todos os contribuintes caso uma dessas pessoas fique doente gravemente e precise se internar em um hospital público.
Lideranças públicas brasileiras e paraibanas, que deveriam dar exemplo, fazem o contrário, como o presidente Jair Bolsonaro e o deputado estadual Cabo Gilberto, que ainda não se vacinaram usando argumentos ridículos e falaciosos como os de que já estão imunizados por terem contraído o vírus ou de que são saudáveis e não sofrerão caso sejam contaminados pelo vírus – dando munição para os seus seguidores ou pessoas que, desinformadas, se alimentam dessas falas para reforçarem o seu comportamento errôneo.
Num país onde a civilização fracassou, o estado precisa fazer o papel de babá das pessoas que não amadureceram em consciência e educação intelectual.
Feliphe Rojas
PB Agora