OPINIÃO: Pedro, sem seu sobrenome, você não ganharia eleição nem para conselheiro tutelar

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A recente declaração de Pedro Cunha Lima, na qual ele afirma enfrentar preconceito por carregar o sobrenome de sua influente família política, é um exemplo claro de desconexão com a realidade. Não se trata de vitimização aberta, mas a tentativa de levantar um suposto preconceito contra um sobrenome que, na verdade, sempre lhe abriu portas, chega a ser um escárnio com a inteligência do eleitor e com a luta de quem realmente enfrenta barreiras estruturais para se destacar na política e na vida.

Pedro parece ignorar que, sem o sobrenome Cunha Lima, dificilmente teria construído a trajetória que ostenta. Não teria sido eleito deputado federal em 2014 – aliás, talvez não fosse sequer conhecido o suficiente para disputar uma vaga de vereador em Campina Grande, cidade “dominada” politicamente por sua família, ou de conselheiro tutelar em João Pessoa, onde viveu boa parte de sua vida. Não teria, também, o acesso à educação de ponta, à visibilidade e às redes de apoio que vieram diretamente do legado de sua família.

É óbvio que carregar o nome de uma oligarquia política pode gerar um “teto” eleitoral, fruto do cansaço do eleitor com a perpetuação de clãs no poder, além do desgaste causado por casos controversos ligados à família. Isso, porém, é muito diferente de preconceito.

Pedro ignora ou finge não lembrar que foi justamente o nome que carrega – e o que ele representa – que lhe garantiu privilégios políticos e financeiros que a imensa maioria da população jamais terá. Sem esse nome, ele não seria visto como um “herdeiro” político, mas como mais um jovem enfrentando os desafios de construir uma carreira sem atalhos.

Se Pedro realmente quer ser avaliado por suas ideias, como ele mesmo defendeu, talvez o primeiro passo seja reconhecer que sua posição atual se deve muito mais ao sobrenome do que ao mérito. Menos discursos sobre preconceito e mais honestidade sobre os privilégios herdados fariam bem a quem deseja liderar um debate sobre renovação política.

 

Feliphe Rojas

PB Agora

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