A dedução que melhor se ajusta às declarações do deputado federal tucano, Pedro Cunha Lima, publicadas neste portal nesta terça-feira (10-8) sobre eleições 2022, é a de que o parlamentar começa a preparar uma situação em que irá devolver o bastão político ao seu pai, o ex-governador Cássio Cunha Lima.
De acordo com o que publicou o PBAgora, “Pedro pode declinar da disputa pela reeleição na Câmara dos Deputados”. Segundo o portal, “foi o próprio parlamentar que admitiu a possibilidade de abrir mão da disputa em favor de uma possível candidatura do seu pai, o ex-senador Cássio Cunha Lima, em 2022 para Câmara Federal”.
Mais claro impossível: Pedro Cunha Lima – embora insinuando que a regra vale para qualquer outro do partido – nas entrelinhas acena que está o espírito para uma eventual necessidade de devolver ao pai, Cássio, o bastião político que este lhe confiou.
Dois são demais
Os eventos que denotam uma vontade de Cássio Cunha Lima voltar a disputar e ter um mandato datam de poucos dias (talvez meses) atrás. Desde quando o senador, como quem não quer e muito querendo, começou a reaparecer na mídia; de leve, sorrateiramente.
E, admitamos, se tem um político paraibano bom de mídia é o tal do Cássio. Sabe voltar ao cenário político, como poucos.
As declarações do deputado Pedro também trazem em seu bojo a indicação de que a família Cunha Lima (ramificação de Ronaldo) sente-se sem cacife para eleger, digamos, um deputado federal e um senador; ou um deputado federal e um governador; muito menos um para o Governo e outro para o Senado. Pelo menos é o que fica transparecendo.
Sendo assim…
Neste caso, não restaria alternativa ao deputado Pedro Cunha Lima, a não ser desistir da vaga na Câmara Federal para que Cássio possa disputá-la.
Em se confirmando esta lógica, Pedro poderia até disputar uma vaga na Assembleia Legislativa da Paraíba. Neste caso, porém, a aventada pré-candidatura de Ronaldo Cunha Lima Filho também iria pro beleléu. Porque no plano estadual também não caberiam dois Cunha Limas.
Senado
Como sempre repetindo: muita água tem pra rolar sob esta ponte, até 2022.
De repente, a conjuntura política local pode sofrer uma reviravolta de modo que, por exemplo, Cássio se sinta estimulado a disputar a única vaga que estará disponível para o Senado em 2022.
Apesar do fracasso a que foi submetido nas eleições de 2018, nada significa que Cássio não possa voltar, e por cima da carne seca.
Lembram que José Maranhão ficou em quarto lugar na disputa para prefeito de João Pessoa e dois anos depois obteve uma das mais retumbantes vitórias para o Senado?
Mas, a preço de hoje, é notório que a família Cunha Lima não se sente cacifada o suficiente para arriscar muitas fichas no jogo.
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