As circunstâncias em que se deu o lançamento da pré-candidatura do deputado federal tucano, Pedro Cunha Lima, a governador da Paraíba, traduzem uma evidência: Pedro não passa de um boi de piranha do PSDB.
Ninguém do tucanato com alguma plumagem a mais se atreveu a lançar-se candidato ao Palácio da Redenção; porque é melhor arriscar algo possível à se atirar num abismo de incertezas, numa simples aventura que, provavelmente, não dará em nada.
Na falta de alguém, vai tu mesmo. Deve ter sido assim a origem da pré-candidatura tucana a governador.
Pedro pode surpreender? Pode, tudo pode e o futuro não nos pertence. Mas apenas pode. Na política, as coisas mudam na mesma velocidade das nuvens. Afora isso, não há evidência nenhuma de que esta seja uma aventura próxima de lograr êxito.
Pedro partiu fraco: carente de apoios relevantes, com um discurso insosso e requentado, que não convence a ninguém; com uma postura que sugere a necessidade de passar por um profundo preparo, e que seja pelas mãos de grandes profissionais especializados em transformar qualquer um num produto “vendável”.
De que lado?
Quem não conhece a política da Paraíba e assistiu ao pré-lançamento da candidatura tucana, também não ficou sabendo de que lado Pedro está: pelo menos até onde acompanhamos e até onde a imprensa noticiou, o neto de Ronaldo Cunha Lima não se deu ao trabalho nem de marcar território como candidato de oposição pra valer.
Um político de mais tino e experiência – como foram o ex-governador Ronaldo Cunha Lima e o próprio Cássio – não teriam perdido aquela a chance de mostrar para que estariam vindo, fazendo discursos incisivos, contundentes, mostrando as fragilidades do governador, principal adversário.
Muito ruim
Pior para a pré-candidatura de Pedro não poderia ser a ausência do pai, Cássio Cunha Lima, ex-senador e ex-governador do Estado, filho de Ronaldo Cunha Lima. Como se não bastasse, o primo Romero, ex-prefeito de Campina Grande e, sem dúvida, uma das principais lideranças daquela região, também não compareceu.
Cada um tem sua desculpa para as ausências, bastante sentidas e anotadas. Só que desculpa não ajuda em nada.
Ora, se o próprio pai e o primo não prestigiaram Pedro Cunha Lima num momento tão significativo de sua carreira política ainda em construção, imagine os estranhos.
Alguém que conhece minimamente a política da Paraíba acredita em que, por exemplo, Ronaldo Cunha Lima deixaria de comparecer a um lançamento do nome de Cássio Cunha Lima, seja pra o que quer que fosse, ainda mais para concorrer ao cargo que lhe pertenceu?
Jamais!
Ninguém também será capaz de duvidar de que Cássio Cunha Lima daria até a vida para fazer o filho governador. Claro que não há dúvidas sobre isso.
Mas os fatos por si só mostram que Cássio não está conseguindo vencer o seu maior desafio de homem público que, como já dissemos aqui antes, é ser o Ronaldo de Pedro.
Comentários
O PIB eleitoral presente à entrevista coletiva para o lançamento da pré-candidatura de Pedro Cunha Lima foi baixíssimo. E deu margem a muitos comentários, tipo:
“Ora, se o pai e o primo não prestigiaram, imaginem os eleitores.”
“Essa candidatura não passa de uma saída honrosa para Pedro Cunha Lima, que não via chances de vitória para deputado federal, principalmente depois que Romero desistiu do que nunca foi para concorrer à Câmara Federal.”
Bem, mais ainda podemos considerar que está cedo, que muita água vai rolar sob a ponte.
O destino de Pedro está em suas próprias mãos e, em boa parte, também nas mãos daqueles que vão cuidar da sua imagem de candidato ao mais honroso posto que pertenceu ao seu avô Ronaldo Cunha Lima, e a seu pai, Cássio Rodrigues da Cunha Lima.
E, se porventura lograr êxito nesta empreitada, poderá mais tarde bater no peido e dizer: “Eu sou cara, sem ser Roberto Carlos”.
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