A divergência de ideias entre as lideranças políticas do Republicanos gera um cenário inusitado e talvez até inédito na política paraibana no qual, em três chapas majoritárias concorrentes, a legenda é beneficiada.
Na chapa de João Azevêdo (PSB), que é apoiada por quase toda a unanimidade dos integrantes do partido, caso o governador seja reeleito, o Republicanos ganha com prestígio dentro do novo governo: secretarias, indicações e um trânsito melhor no Palácio da Redenção para as demandas dos prefeitos fechados com deputados da sigla.
Na chapa de Pedro Cunha Lima (PSDB), o grande trunfo para o Republicanos é o pré-candidato a senador Efraim Filho (União Brasil), que é apoiado pela alta cúpula da legenda, que inclui o presidente estadual Hugo Motta e o presidente da Assembleia Legislativa da Paraíba (ALPB), Adriano Galdino. Mesmo que Efraim ganhe ou não, o simples fato de apoiá-lo já garante a pré-candidatos a deputado do Republicanos bases eleitorais em vários municípios paraibanos que serão cedidas por Efraim.
Menos evidente é o benefício caso o pré-candidato a governador Veneziano Vital do Rêgo (MDB) seja eleito. Mas ele existe: o suplente do atual senador é Ney Suassuna, do Republicanos. Se Vené se muda para a Granja Santana, o partido ganha um senador por, pelo menos, quatro anos em Brasília. Ele já disse, inclusive, que vai pedir votos para o emedebista e Ricardo Coutinho (PT), senador da chapa de Veneziano, sem o menor pudor.
Em uma reinterpretação da obra clássica de Jorge Amado, o Republicanos se tornou ‘Dona Flor e Seus Três Maridos’. A sigla virou protagonista de um verdadeiro trisal na política paraibana e levou à risca o termo ‘partido’, dando uma parte sua para cada um.
Feliphe Rojas
PB Agora