Com a iminente filiação do ex-governador Ricardo Coutinho, que quer ser candidato a senador pelo PT, de um lado, e as articulações do governador João Azevêdo (Cidadania) incluindo nomes como os dos deputados federais Efraim Filho (Democratas) e Aguinaldo Ribeiro (Progressistas), do outro, a presença do ex-presidente Lula no palanque do governador (que disputará a reeleição) vai ficando cada vez mais incompatível.
A avaliação não é deste colunista, mas sim do próprio governador e do presidente do PT da Paraíba, Jackson Macêdo. João disse em entrevista ao jornalista Luís Tôrres, no Frente a Frente, que não há chance de ele dividir palanque com o seu padrinho político e hoje opositor. O dirigente petista, por sua vez, avalia que as alianças de João com lideranças incompatíveis com a agenda ideológica do PT afastam a esquerda do seu palanque.
Há outro fator que fortalece a tese de rompimento entre PT, que hoje conta com um secretário no Governo do Estado, e João: a aproximação do ex-prefeito de João Pessoa, Luciano Cartaxo (PV), com a direção nacional do PT. Ele esteve reunido nessa terça-feira (3), em Brasília, com a presidente nacional do partido, Gleisi Hoffmann.
Cartaxo já deixou claro que será candidato ano que vem e revelou que quer novamente chefiar um Executivo, desta vez, o estadual. Com todos esses elementos, o que se formata é uma chapa com Lula (presidente); Luciano Cartaxo (governador) e Ricardo Coutinho (senador). Não há como negar que é uma configuração forte que pode dar dor de cabeça a João e ao grupo da oposição, que conta com o ex-prefeito de Campina Grande Romero Rodrigues (PSD) como escolhido para ser candidato ao governo.
Quem achava que o cenário político da Paraíba já estava definido e as peças já tinham se revelado e se posicionado no tabuleiro, está muito enganado…
Feliphe Rojas
PB Agora
