Em termos de Paraíba: para a campanha do presidente Jair Bolsonaro à reeleição, o apoio do ex-prefeito de Campina Grande, Romero Rodrigues (PSD), não é nada desprezível. No mínimo, garante um palanque no Estado em favor do presidente.
Já a contrapartida bolsonarista à pretensão de Romero Rodrigues, de se eleger governador da Paraíba, nem de longe tem a mesma proporção. Ainda mais com a exigência dos aliados de Bolsonaro de isolar o projeto de Romero numa bolha a qual não se permite o acesso de mais ninguém, além da ultradireita.
Com uma agravante: nos últimos meses, a pecha de bolsonarista não cai bem para político nenhum, haja vista a queda vertiginosa que o bolsonarismo vem obtendo no conceito da opinião pública a cada pesquisa divulgada.
Equívoco
Romero Rodrigues já cometeu um tremendo equívoco: o de permitir que a marca do bolsonarismo fosse adesivada ao seu projeto político eleitoral.
Seria um suicídio político, agora, deixar-se fazer refém do bolsonarismo, se permitindo ficar isolado.
Não existe sucesso eleitoral sem soma. Ganha quem tem mais voto; tem mais voto quem tem mais apoio; tem mais apoio quem agrega em torno de si as mais variadas tendências e siglas partidárias.
É assim que funciona.
Vamos combinar: o que restaria a Romero Rodrigues tendo ele o apoio apenas do reduzido bloco de bolsonaristas paraibanos, que a cada dia diminui mais ainda, e de um Bolsonaro preocupado apenas em se reeleger, sem dar a mínima para o Nordeste e a Paraíba?
Esquerda
E evidente que o ex-prefeito de Campina Grande sabe que dificilmente terá um voto dos setores progressistas, da esquerda. Poderia até tê-lo, mas dado o grau de cumplicidade que se permitiu com o projeto radical de ultradireita de Jair Bolsonaro, ficou difícil até para amealhar voto na esfera da direita mais crítica.
Mas não é por isso que ele deve se retrair, ou simplesmente vender a imagem de que é o candidato exclusivo de uma minoria bolsonarista sem maior expressão política e eleitoral.
Descolando
O que Romero tem que fazer mesmo é o que já está tentando, embora tenha começado um pouco tarde: tentar descolar do bolsonarismo. Afinal, ele é pré-candidato majoritário, que disputará o cargo mais importante do Estado e, portanto, não pode ser de um pequeno grupo só.
Romero sabe disso. O que deve estar lhe preocupando é que estratégia adotar não apenas para descolar do bolsonarismo e convencer de que aquele Romero bolsonarista de primeira hora, que adesivou carros em Campina Grande na campanha de Bolsonaro simplesmente não existe mais.
Aí é onde a porca torce o rabo…
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