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Opinião: Romero Rodrigues criou seu próprio “folhetim” e agora não sabe o que faz para se manter no “pedestal” da notícia

Parecia uma noite normal em 30 de outubro de 1938, até que a rede de rádio CBS interrompeu sua programação musical para noticiar uma suposta invasão de marcianos.

A “notícia em edição extraordinária”, na verdade, era o começo de uma peça de radioteatro, que não só ajudou a CBS a bater a emissora concorrente (NBC), como também desencadeou pânico em várias cidades norte-americanas.

“A invasão dos marcianos” durou apenas uma hora, mas marcou definitivamente a história do rádio, na época, o maior veículo de comunicação.

Dramatizando o livro de ficção científica “A Guerra dos Mundos”, do escritor inglês Herbert George Wells, o programa relatou a suposta chegada de centenas de marcianos a bordo de naves extraterrestres à Terra.

Os méritos da adaptação, produção e direção da peça eram do então jovem e quase desconhecido ator e diretor de cinema norte-americano Orson Welles. O jornal Daily News resumiu na manchete do dia seguinte a reação ao programa: “Guerra falsa no rádio espalha terror pelos Estados Unidos”.

E agora observo que a Paraíba, inteira, está em tal “guerra”. Um dilema do que é falso ou verdadeiro. E aqui observo, como um “ET”, o ex-prefeito de Campina Grande, Romero Rodrigues, que preside o PSD na Paraíba.

Um ser que está “jogando” para os terráqueos um verdadeiro Show de Truman. Uma variação moderna do “Mito da Caverna de Platão”, que mostra realidade e ficção ao mesmo tempo, estando o espectador confuso daquilo que é falso ou verdadeiro.

Em tempos modernos pode-se falar da tal “fake news”, ou em bom português, notícias falsas, que sempre existiram na história do ser humano.

E Romero Rodrigues se comporta assim. Em linha tênue do que é ou não ele mesmo, o ex-gestor da outrora Vila Nova da Rainha brinca com a imaginação do povo e coloca seus aliados e adversários em grau de pavor absoluto. Ganha ele todas as atenções das mídias. Do rádio, passando pela TV até as mais diversas plataformas digitais.

Todos querem ver, escutar ou ler o “extraterrestre”, como no filme de Steven Spielberg a frase: “Minha casa!”. Isso mesmo! A Paraíba vive um patético Show de Truman. O que Romero Rodrigues tenta dizer? Será ele o novo Orson Welles ou o ET que acende a luz vermelha no “dedão”?

Em resumo, tal folhetim adotado por Rodrigues pode, no máximo, render-lhe algo na Câmara Federal no famoso “baixo clero”, ou alguém duvida que os Cunha Lima permitirão sua projeção nacional? E não menos os Vital do Rêgo e os Ribeiro?

O marketing de Rodrigues tem prazo de validade. Indo para a base governista, será mais um, na oposição, não há praticamente mais espaço e confiança em suas palavras. Fato é: deu o famoso tiro no pé, algo bem semelhante ao que o ex-prefeito de João Pessoa, Luciano Cartaxo (PV) fez nas eleições passadas.

Conseguiu afastar gregos e troianos da sua esfera, e hoje vive o ostracismo político. Em resumo: ou Romero Rodrigues acaba seu charme e decide o que fará, ou será apenas um soldado na retaguarda dos generais oposicionistas ou governistas.


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