Para a disputa do Governo do Estado, em 2022, a prioridade do PSDB seria Pedro Cunha Lima. O preferido, sobretudo, da ramificação dos Cunha Lima de Ronaldo.
O balão de ensaio, que atende pelo nome de Pedro, deputado federal tucano, foi empinado há bastante tempo e estava ainda em voo de verificação quando, esta semana, foi definitivamente alvejado.
No entanto, o balão de ensaio foi derrubado por uma flechada de Romero Rodrigues, ex-prefeito de Campina Grande e pré-candidato à sucessão do
governador João Azevêdo.
Romero Rodrigues certamente endureceu o pescoço e deu ultimato ao PSDB. Suponhamos que tenha sido algo do tipo: “afinal, este partido me apoia, ou não? Se me apoia, trate de tornar o apoio público, e de forma incondicional, para evitar conversa mole, depois…”
Chega!
Certamente, o ex-prefeito Romero Rodrigues já estava de saco estufado com essa história de ter o mimado Pedro Cunha Lima o tempo todo atravessado no seu caminho, obstaculando as suas pretensões de disputar o Governo da Paraíba nas eleições do próximo ano.
A centelha que detonou a paciência de Romero, ao que tudo indica, teria sido a repercussão que teve a conversa recente entre o senador Veneziano Vital do Rêgo (MDB) com o seu histórico adversário, o ex-senador Cássio Cunha Lima (PSDB). As especulações indicavam que ambos dialogaram com vistas a uma composição em torno de uma possível candidatura de Vené ao Governo, com o apoio do PSDB.
Romero e aliados – incluindo o prefeito de Campina Grande, Bruno Cunha Lima, da ramificação Cunha Lima de Ivandro – não teriam gostado nem um pouco de saber das tais conversas, uma notória traição ao aliado fiel e histórico e pré-candidato pelo PSD.
Credenciado
A partir da entrevista coletiva concedida pelas lideranças do PSDB, nesta quinta-feira (29), para declarar incondicional apoio à pré-candidatura de Romero, este não só demonstra haver se desvencilhado da submissão a Cássio Cunha Lima e família, como se credencia, definitivamente, a candidato da oposição ao Governo.
Agora, sim: Romero Rodrigues pode dizer que tem uma pré-candidatura para chamar de sua. E mais: revertendo uma situação incômoda de aparente subserviência a Cássio, tomando para si as rédeas de comando do projeto pelo qual vai disputar a sucessão de João Azevêdo.
Tanto é assim, que o próprio Cássio Cunha Lima, questionado pela imprensa se seria candidato às eleições do próximo ano, após tentar fugir pela tangente terminou dizendo que tudo depende de um entendimento com Romero Rodrigues.
Em outros tempos, Romero não daria um passo sem a chancela de Cássio Cunha Lima.
Como se vê, Romero avançou e assumiu o protagonismo na oposição.
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