O grupo Ribeiro tem a sua importância no cenário da política da Paraíba, é claro. E deve ser disputado pelas chapas majoritárias, sem dúvida.
O grupo tem Daniela, a primeira senadora eleita pela Paraíba; o deputado federal e ex-ministro, Aguinaldo, irmão da parlamentar; tem Lucas Ribeiro, vice-prefeito de Campina Grande e filho de Daniela; e tem, também, o patriarca da família, Enivaldo Ribeiro, ex-prefeito de Campina, cuja importância política é inegável.
Neste momento da conjuntura política, porém, em que começa a se definir o quadro da sucessão estadual, a dúvida é: para onde os Ribeiros forem levarão também Cícero Lucena, prefeito de João Pessoa?
Os Ribeiros com Cícero Lucena têm um peso; sem ele, têm outro, infinitamente menor. Afinal, Cícero é o prefeito da Capital, o maior colégio eleitoral da Paraíba; foi um vitorioso nas últimas eleições e com uma exemplar capacidade de superação política. Cícero passou cerca de 16 anos num exílio político voluntário e voltou por cima da carne seca para administrar João Pessoa.
Entrave
Como candidato majoritário à reeleição que busca ampliar o leque de aliados, é claro que o governador João Azevedo tem todo o interesse de ter (também) os Ribeiros ao seu lado, no seu palanque.
Ocorre que os Daniela (sobretudo ela) e Aguinaldo têm demonstrado inclinação para o lado do presidente Jair Bolsonaro; são de um partido que copõem o chamado Centrão. E o governador Azevêdo já deixou claro: não quer bolsonarista no seu palanque, muito menos na sua chapa.
O prefeito Cícero Lucena também tem demonstrado que não tem interesse nenhum em se queimar com a pecha de bolsonarista, ou simplesmente de apoiador do projeto do presidente Bolsonaro.
Agravante
Numa eventual aliança dos Ribeiros com o grupo que apoia a pré-candidatura do ex-prefeito de Campina Grande, Romero Rodrigues, é provável que o prefeito Cícero Lucena se sentiria duplamente desconfortável:
Como se não bastasse a marca bolsonarista que carimba a chapa de Romero Rodrigues, no íntimo Cícero demonstra não ter mais simpatia nenhuma por qualquer projeto político que tenha a participação do ex-senador Cássio Cunha Lima, de quem levou rasteiras num passado recente, quando o prefeito de João Pessoa ainda era do PSDB.
Quem transita no meio político não tem dificuldade nenhuma em perceber que Cícero Lucena tem um pé atrás com Cássio e seus aliados.
Mas também é bom lembrar a velha frase atribuída e vários pensadores e lideranças políticas: “A política é a arte do possível”.
E muita água ainda vai rolar ao longo dos próximos meses.
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