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Opinião: Terceira via: assumir que é gay não basta; o buraco é mais embaixo

*Opinião: Terceira via: assumir que é gay não basta; o buraco é mais embaixo*

No primeiro instante, confesso que fiquei sensibilizado e aplaudi a atitude do governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, se assumindo gay em rede nacional de TV. Um ato de bravura, se considerar que somos um País em que a intolerância contra a adversidade sexual é inconteste.

Pois bem! Não demorou muito. Horas depois, o que vimos foi uma aparente campanha sistemática, um verdadeiro estardalhaço sobre a postura de Eduardo Leite, tentando massificar nacionalmente o seu nome.

Inclusive, muito festejado nas mídias sociais do PSDB com dezenas de comentário “espontâneos” de aplausos ao “nosso futuro presidente”.

Pelo figurino
O script da aparente jogada: o governador gaúcho vai ao programa de Pedro Bial, e – sem que nem pra que – se declara homossexual, alto e bom som, ao vivo e a cores. No dia seguinte as mídias sociais são entupidas de postagens de louvor ao autor deste ato de bravura. Só que, agora, com referências à possibilidade de Eduardo Leite ser a terceira via na disputa pela Presidência do Brasil.

Até Luciano Hulck apareceu logo cedo num vídeo tecendo loas ao possível candidato à sucessão de Jair Bolsonaro. Lembrando que Eduardo Leite tecia loas ao “mito”, e aplaudia os atos bolsonaristas. Leite teria até feito campanha para Bolsonaro, segundo ouvi hoje num comentário de rádio.

Em suma: Eduardo Leite, um bolsonarista de carteirinha, que aplaudia um projeto notoriamente homofóbico sendo ele gay…

O que sucedeu à comentada entrevista do governador gaúcho apenas deu pra desconfiar que tudo não passa de uma armação política.

Se for verdade que ele pensa em ser a terceira via na disputa presidencial, começando por aí pode ter cometido um equivoco. Afinal, o povo brasileiro, em sua esmagadora maioria, nunca ouviu falar de Eduardo Leite, e a primeira referência que tem dele não se refere à sua capacidade de gestor, às suas ações como governador, mas ao fato de ter se assumido homossexual.

Com apenas este mérito, provavelmente não irá longe, ainda mais num Brasil cujo eleitor é extremamente preconceituoso.

Para presidente, assumir que é gay não basta. O buraco é muito mais embaixo…


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