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Opinião: um racha envolvendo Veneziano e João Azevêdo é o sonho da oposição

O arsenal bélico do deputado estadual Tião Gomes (Avante) foi ativado na manhã desta terça-feira (27), após o presidente do diretório municipal do MDB de João Pessoa, Mikika Leitão – que é vereador na capital, apoiar o nome do senador Veneziano Vital do Rêgo para disputar o governo do estado. A defesa por uma postulação própria ocorreu no encontro da agremiação na segunda-feira (26).

O senador, que está à frente da sigla emedebista na Paraíba, foi o principal alvo de Tião Gomes. O deputado chegou a dizer que Veneziano, assim como parte do MDB, estaria impondo condições ao governador João Azevêdo (Cidadania) para que sua esposa, Ana Cláudia, seja a vice do chefe do Executivo paraibano nas eleições de 2022.

Ana Cláudia, que hoje está à frente da Secretária de Estado da Articulação e do Desenvolvimento Social do Estado, busca uma janela para ser aproveitada por Azevêdo na chapa majoritária. E nesse tabuleiro de guerra política, o vice-presidente do diretório estadual do MDB, o ex-governador Roberto Paulino, atual secretário chefe de Governo da Paraíba, informou que buscará dialogar com Mikika Leitão e Veneziano Vital do Rêgo.

A busca conciliatória de Paulino está pautada em evitar um racha envolvendo o MDB e o governo do estado. Sempre leal aos seus propósitos, o emedebista informou que, caso o cisma aconteça, ele está propenso a deixar a agremiação a qual faz parte há décadas.

E nesse rio caudaloso na busca pela vice-governadoria, Tião Gomes lembra a força do Avante, capitaneada pelo presidente da Assembleia Legislativa da Paraíba, Adriano Galdino, que hoje ainda figura nos quadros do PSB, mas migrará para o Avante tão logo a janela partidária seja aberta. Galdino também busca ser indicado na chapa majoritária de João Azevêdo como vice-governador.

Um racha na base de Azevêdo é o sonho da oposição

O fato mais concreto que se pode observar está na busca, mais que arriscada, do MDB insistir pela vice-governadoria, pressionado, como disse Tião Gomes, Azevêdo a ceder os “caprichos” emedebistas. Sem dúvida alguma um cisma envolvendo Veneziano, a sigla a qual preside e o governo estadual não traria benefícios para as partes.

Pelo contrário, daria fôlego à oposição, oferecendo-lhe mais força nos acertos para o embate eleitoral que está por vir em 2022. Um racha na base do governador é o sonho de consumo do bloco oposicionista. Desde os mais extremistas, aqui cito o presidente estadual do PTB, Nilvan Ferreira, seguido pelos deputados estaduais Cabo Gilberto (PSL) e Wallber Virgolino (Patriota), até os moderados, como o deputado federal Ruy Carneiro (PSDB) e todo o clã Cunha Lima.

Então, a palavra hoje para o grupo que apoia Azevêdo é prudência, evitando traições e priorizando lealdade e bom-senso. Caso contrário, a “calmaria” pode virar uma tempestade tropical e atingir o teto histórico do Palácio da Redenção.


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