Eu digo ao caro leitor. Mesmo que o presidente do diretório estadual do PSB da Paraíba, deputado federal Gervásio Maia, busque uma solução palatável para uma federação envolvendo sua sigla com o PT, tal possibilidade definha a cada dia; em segundos preciosos por uma simples questão: o cenário político nacional, ou a cartilha eleitoral de cada legenda, não fecha em equação segura.
E aqui vou dar apenas uma problemática nacional, para chegar ao quintal da Paraíba. Em entrevista recente à CNN, o ex-governador Márcio França (PSB-SP) admitiu a possibilidade de que, caso não seja formada uma federação partidária entre PT e socialistas para as eleições deste ano, o estado de São Paulo (maior colégio eleitoral do país) pode contar com candidaturas diferentes de ambos os partidos na disputa ao governo estadual.
França está no centro de um impasse envolvendo as duas legendas, que tem a “Terra da Garoa” como um dos principais entraves a um entendimento. Isso porque o PT, do ex-presidente Lula, quer a candidatura de Fernando Haddad ao governo do estado, enquanto o PSB defende o nome de Márcio França. No entanto, a partir do momento em que se fecha uma federação, apenas um candidato pode ser lançado. E nenhum dos possíveis postulantes querem ceder.
A Paraíba e seus entraves
E a Paraíba? Bem, como eu falei, em nosso “Sublime” Torrão, como em outros estados, além de São Paulo, o clima não é dos melhores envolvendo as duas legendas. Mas vou centrar em uma conversa franca que tive com o presidente do PT da Paraíba, Jackson Macêdo. Para ele, o que for decidido nas executivas nacionais dos partidos, será acatado regionalmente. Mas ele acha, e com razão, que o PSB está esticando, e muito, a corda.
E Macêdo tem razão. Qual a prioridade dos partidos progressistas? Eleger o ex-presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), retirando de cena o atual mandatário do país, o parido pela extrema direita, Jair Messias Bolsonaro (PL)? Ou ficar em querelas individuais?
É claro: o PSB não deseja ser mero coadjuvante nesse momento. Busca seu espaço nacional de forma democrática. Mas o momento é este? É o lógico? Dividir, cuja soma nunca foi tão importante para a vertente dos ditos partidos de esquerda, suas respectivas aspirações e respirações?
Para azedar ainda mais o caldo, houve um racha envolvendo o PT e PSB na Paraíba. Saíram da agremiação socialista o ex-governador Ricardo Coutinho – bem contado nas pesquisas – para ocupar uma cadeira no Senado, e com a janela partidária se aproximando, as deputadas estaduais do PSB , Cida Ramos, Estela Bezerra e seu colega de Casa, Jeová Campos migrarão para a estrela petista.
Por fim, Gervásio Maia é uma “Persona non grata” nas hostes do PT paraibano por ter rompido relações com Coutinho; antes líder máximo do PSB e, claro, aquele que já foi o expoente máximo do alto clero do partido socialista na Paraíba.
E nem vou falar do Acre, Espírito Santo, Rio Grande do Sul, pois, ao que tudo chega de informações, em Pernambuco as labaredas foram apagadas, pois o senador Humberto Costa (PT-PE) anunciou a retirada de sua candidatura em favor de um nome a ser indicado pelo governador Paulo Câmara (PSB).
Mas é aquilo: hoje o céu está de brigadeiro, amanhã pode estar para a briga. Um combate longo e regido por ideologias e retóricas extravagantes.
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