Sempre darei um ano a um governante no poder para poder fazer uma avaliação sólida e responsável sobre sua gestão. Digo sempre, só irei tomar a iniciativa em fazer certas advertências se vejo a sua aeronave em vôo cego, ou seja, sendo guiada por um longo tempo só por instrumentos de controle como: radar, bússola e GPS, sem dar oportunidade a que o piloto veja o espaço através do pára-brisa.
Na verdade esse tipo de voo é altamente perigoso. Lula e sua equipe irão completar um mês de governo e, pelo que posso notar, todos esses dias tem pilotado a nave brasileira em voo cego, por ideias não fundamentadas e de alternativas duvidosas. Ao dar início a sua política externa com os países vizinhos do nosso continente latino, propôs a moeda única para fins comerciais entre Brasil e Argentina, com aceno aos demais 33 países do continente, que fazem parte da CELAC, Cúpula da comunidade de estados Latino-Americano e Caribenhos.
Andrés Manuel Lopez Obrador, Presidente de esquerda do México, foi enfático em dizer que não entra nesse jogo de xadrez perigoso e sem nenhuma estrutura. México é beneficiado com o maior tratado de livre comércio do mundo que inclui, além dele, a poderosa economia americana e canadense, USMCA, o antigo Nafta. México não é nada bobo para perder essa boquinha. Outro que disse não entrar nessa canoa furada foi o Presidente do Uruguai, Luís Lacalle Pou. Uruguai vem com uma economia pujante e foi o ano passado o país que mais exportou produtos para o mundo. Seu comércio com a China é forte e Lacalle pelo que parece não está em busca de dor de cabeça. Uruguai além de tudo, tem uma economia altamente dolarizada.
Eu acredito que Lula ainda vive o modo de governar dos seus dois primeiros governos lá atrás e não se deu conta de que a economia global já não é a mesma. Estados Unidos e China, ficam de longe como leões observando as estripulias de Lula e vendo onde ele quer chegar. Na verdade, se persiste nessa direção, com certeza, caminhará pouco, pois as cartas nesse continente quem as distribui sobre à mesa são essas duas potências.
Vimos no mês de janeiro o fluxo cambial que era positivo com $9.6 bilhões de dólares, sofrendo um decréscimo de $3.2 bilhões de dólares. Isso quer dizer que o investidor está levando o seu dinheiro para outras praias que não é a nossa. Não sei porque Lula insiste no mesmo erro de usar fundos do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), para apoiar programas, projetos, obras e serviços em outros países da região, que já nos deram calote. Certo que podemos e devemos compartilhar certa parcela de nossa economia com economias vizinhas que estão em frangalhos, porém, isso se dá quando cuidamos primeiro da nossa.
Lula e seu grupo nem teve tempo para esquentar os assentos das cadeiras de seus gabinetes e fazer um apanhado de como anda nossa economia e já estão pondo o carro na frente dos bois. Isso nos faz sentir e pensar que o governo Bolsonaro na pessoa do Paulo Guedes, deixou os cofres abarrotados de reais. A Petrobrás também está sendo direcionada a participar dessa irmandade, distribuindo benesses a essas nações, parece até que para Lula e seu grupo não houve petrolão. Eles nos transmitem a ideia de que aqui não temos nenhuma necessidade à vista, e que tudo está às mil belezas. Isso não é verdade. Como também, quase todos os países ao nosso lado estão em sérios problemas na área econômica, e todos tem cara de sede em direção ao pote brasileiro. Saúde, educação, infraestrutura, desemprego e segurança, gritam por socorro em nossa nação e temos que socorrer cada um desses setores. O trem vinha caminhando bem desde o período Temer e Bolsonaro, não devemos por hipótese alguma retrocedermos. Finalmente, as regras na economia nos vem dando o Presidente Lula, o ministro da economia, Fernando Haddad, parece não existir. Isso é perigoso.
Elcio Nunes