Apesar de afirmar que a gestão tem a marca da transparência, o prefeito de João Pessoa, Luciano Cartaxo (PSD), ainda não explicou o porquê de tantas irregularidades encontradas pela Controladoria Geral da União, apontando superfaturamento e pagamento superiores aos serviços efetivamente realizados, entre outras irregularidades.
Nesta segunda-feira (19), durante entrevista ao programa Correio Debate, o prefeito, que chegou de viagem da Espanha quis trazer um tom de normalidade a uma situação de indícios de desvios milionários que já se arrasta há anos.
Cartaxo não só ignorou os inquéritos em que a gestão municipal é alvo e que apontam uma série de suspeitas de corrupção, como enalteceu o fato de a prefeitura não ter sido pega pela Polícia Federal na Operação Irerês. A Polícia até chegou a solicitar mandados de busca e apreensão em órgãos da prefeitura, mas o juiz responsável pelo caso negou o pedido.
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“A prefeitura tem total interesse na definição disso tudo porque a nossa marca, é a marca da transparência, essa é uma questão fundamental. Desde 2005 que a prefeitura vem informando, através de requerimentos, todas as informações necessárias para se aprofundar em relação a transparência disso tudo. Isso para a gente é fundamental e nós estamos fazendo isso como parceiro desse processo, tanto é que a última operação não houve nenhuma operação envolvendo prefeitura, envolvendo secretário, nenhum servidor de nenhuma secretaria da prefeitura de João Pessoa. A Lagoa é um patrimônio da cidade de João Pessoa, a cidade esperou 100 anos por uma intervenção definitiva como foi feita agora. Então o processo no que se refere a investigação dos órgãos fiscalizadores vão ter sempre a contribuição da prefeitura de João Pessoa”, disse.
Laudos técnicos produzidos pela PF apontam prejuízo aos cofres públicos estimado em R$ 6,4 milhões, conforme cotação feita no mês de abril.
A OBRA
O novo Parque Solon de Lucena, rebatizado de Parque da Lagoa, no Centro de João Pessoa, passou por reforma durante quase dois anos e foi reinaugurado no dia 12 de junho de 2016. A ordem de serviço foi assinada em abril de 2014.
O trabalho começou pelo desassoreamento da lagoa e da construção de um túnel. Em dezembro de 2015, a Controladoria Geral da União (CGU) divulgou um relatório que apontava um prejuízo de aproximadamente R$ 10 milhões.
No documento, o órgão identificou um prejuízo de R$ 5,9 milhões em pagamentos pelo serviço referente à remoção de solo mole e cerca de R$ 3,6 milhões em pagamentos na construção de um túnel para regularização do espelho d’água da Lagoa.
PB Agora