Mais uma gravação envolvendo os secretários de Saúde e Desenvolvimento Social da Prefeitura de João Pessoa, Adalberto Fulgêncio e Diego Tavares, respectivamente foram obtidos pelo Paraiba Já e mostram os auxiliares do prefeito Luciano Cartaxo (PV) supostamente esquematizando quais seriam os valores de possíveis propinas nos contratos da Secretaria Municipal de Saúde (SMS).
Assim como na gravação anterior, divulgada na semana passada, Adalberto continua hesitante em ser o “operador” de tais transações. Inicialmente, Diego, na época já havia se desincompatibilizado da presidência do Instituto de Previdência do Município (IPM) para posteriormente concorrer as eleições como 1º suplente de senador, teria sugerido R$ 90 mil em propina, algo que o gestor da Saúde da Capital rebate. “Não, porra, eu não ia nunca tá acima disso aqui”.
O possível valor que Diêgo aponta, em seguida, é de R$ 80 mil, e Adalberto confirma. “É, isso é mensal. Quando a gente fizer, é. Se o contrato for de 800 (mil reais), se for R$ 1 milhão”, explicou.
Ao longo da conversa, Fulgêncio alega que já existiria um valor fixo mensal de possíveis propinas entre ele e os fornecedores da SMS. Diego chega a resolução de que já teria duas empresas fechadas neste esquema e que possivelmente haveria uma terceira. Mas, Adalberto pede para que seja mais realista nas projeções. “Vá por baixo, porque se vier mais, é melhor”.
Confira a transcrição do áudio na íntegra abaixo:
ADALBERTO – AÍ, AÍ A GENTE TEM QUE SABER QUEM VAI FAZER E QUEM NÃO VAI FAZER…
DIEGO – MAS O QUE É QUE EU VOU DIZER…
ADALBERTO – AGORA, POR EXEMPLO…
DIEGO – O QUE É QUE EU VOU DIZER? O QUE A GENTE TEM CERTO… CERTO, BATIDO O MARTELO… VAMOS LEVAR EM CONSIDERAÇÃO (INAUDÍVEL), NÉ ISSO? ENTÃO, EU TENHO 90 AQUI…
ADALBERTO – HUM? NÃO, PORRA, EU NÃO IA NUNCA TÁ ACIMA DISSO AQUI. EU NÃO QUERIA… ISSO É MINHA OPINIÃO. EU NÃO IA. AGORA, BICHO, ASSIM…
DIEGO – NÃO, CALMA. DEIXA EU DIZER UMA COISA. EU TENHO MAIS… É 80 DESCONTADO, É ISSO?
ADALBERTO – É. ISSO É MENSAL. QUANDO A GENTE FIZER, QUANDO A GENTE FIZER… É. SE O CONTRATO FOR 800… SE FOR 1 MILHÃO…
DIEGO – ENTÃO, ASSIM, O QUE É QUE EU ACHO… NESSE ASPECTO… EU TENHO 170 AQUI…
ADALBERTO – É.
DIEGO – SENDO QUE TÁ FECHADO…
ADALBERTO – É, MAS ISSO AQUI É FIXO, NÉ?
DIEGO – FIXO?
ADALBERTO – FIXO É ESTE. VOCÊ PODE TER COM OS…
DIEGO – ISSO AQUI É MENSAL?
ADALBERTO – MENSAL, PORRA.
DIEGO – É 70 MENSAL?
ADALBERTO – É!!!
DIEGO – ENTÃO É O SEGUINTE. EU TENHO… EU TENHO AQUI… O QUE EU TENHO DUAS COISAS FECHADAS É ISSO. OK? PRONTO. E TENHO PERSPECTIVA DE MAIS UMA. SE EU DISSER MAIS OUTRO, JÁ CRIA UMA EXPECTATIVA.
ADALBERTO – VÁ POR BAIXO PORQUE SE VIER MAIS É MELHOR.
DIEGO – 1 A 1200. AGORA… NÃO… AÍ QUANDO ESSE AUMENTO (INAUDÍVEL) EU ATÉ MONITORO, MAS NÃO POSSO IR LÁ CONVERSAR COM O CARA, NEM PEGAR NEM NADA…
ADALBERTO – HOMI, ESSAS COISAS É O SEGUINTE: O CARA QUE FAZ ISSO, ELE TEM QUE FAZER TUDO. NÃO SE DIVIDE.
DIEGO – MAS NÃO PODE.
ADALBERTO – O CABA FICA COM MEDO, RAPAZ. O CARA QUER FALAR SÓ COM UMA PESSOA.
DIEGO – ISSO. EXATAMENTE.
ADALBERTO – AGORA QUAL É O PROBLEMA QUE EXISTE COM VOCÊ? VOCÊ TEM QUE TER CONFIANÇA NAS PESSOAS, TÁ ENTENDENDO? NO MAIS, VAMOS VER SE A GENTE SENTA… HEIN?
DIEGO – EU ACHO QUE… VAMOS SENTAR PRA… VOCÊ É BOM NOS CÁLCULOS, PRA FAZER, BOM NOS CÁLCULOS.
ADALBERTO – NÃO, EU ACHO TAMBÉM…
DIEGO – TIVESSE COM ELE, NUM FOI?
ADALBERTO – TIVE COM LUCÉLIO. TAVA ANIMADO QUE SÓ A PORRA, COM LUCIANO.
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