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Papa Francisco desarmou espíritos de católicos e evangélicos

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A visita do Papa Francisco ao Brasil, por ocasião da Jornada Mundial da Juventude, evidenciou o espírito de pobreza, simplicidade e humildade do chefe da igreja Católica. Porém, mais que isso, significou também um ‘puxão de orelhas’ em católicos e evangélicos – e até também em membros de outras religiões – mais afeitos a discutir diferenças de credos. Os seus exemplos e seus discursos evidenciaram isto.

Logo no início da visita ao Brasil, ao passar pela Favela da Varginha, no Rio, o Papa, caminhando no meio do povo, passou em frente a um templo da Igreja Assembleia de Deus, onde estavam os pastores Elenilson Ribeiro e Eliel Magalhães, além de alguns fiéis da igreja, observando a movimentação. O Papa, ao vê-los, se aproximou e pediu: “por favor, rezem por mim”.

Imediatamente, o Papa e os dois pastores deram-se as mãos e rezaram, juntos, o Pai Nosso, a oração universal e ponto de união entre católicos e evangélicos. Esse mesmo pedido de oração o Papa fez ao final de sua visita, no último discurso, quando já tinha, inclusive, se despedido de todos. Ele voltou ao microfone e pediu: “rezem por mim”.

“O papa parou em frente à igreja e rezou com os fiéis da Assembleia de Deus que estavam na porta. Até eles pediram bênção. Foi um momento ecumênico, espontâneo e muito bonito”, disse o Padre Frederico Lombardi, porta-voz do Vaticano, que acompanhava o Papa no momento.

“É uma interação positiva. Nós (cristãos) aprendemos sempre que não existe essa diferença e nem deve haver briga. Sem paz com todos, não veremos Deus”, disse o Pastor Elenilson. “A gente tem o seguinte posicionamento: Jesus Cristo é o senhor. Nosso Pontífice não é o Papa, mas ficamos muito contentes com a visita. Deixamos a igreja aberta para apoiar as pessoas, quem precisasse ir ao banheiro, beber uma água” disse o Pastor Magalhães.

Em outro momento, em entrevista à Rede Globo, o Papa foi muito direto, ao dizer que não interessa a religião à qual a pessoa pertence, se esta pessoa não cumprir seu papel cristão. E exemplificou: imaginou uma criança sem acesso à educação e à alimentação e disse que não interessa se a pessoa que vê esta criança é católica, evangélica, budista ou de qualquer outra denominação religiosa. Se não fizer nada por ela, todos perderão a razão; e quem tomar uma atitude para evitar a situação, cumprirá seu papel de cristão.

Em outras palavras, o Papa disse que a atitude do cristão, que é o que realmente interessa a Deus, independe de sua crença religiosa; e que católicos, evangélicos e membros de qualquer outra denominação podem, perfeitamente, viver em harmonia, seguindo os preceitos cristãos e cumprindo com a sua missão aqui na terra.

O Papa, sem querer – ou querendo, quem sabe – deu uma lição em quem teima em incentivar a briga religiosa. E essa posição simpática do Papa a católicos, evangélicos e membros de outras religiões tem suas consequências. Francisco, agindo assim, tende a fortalecer cada vez mais o catolicismo e trazer de volta os que, nas últimas três décadas, fizeram com que o número de católicos no Brasil caísse de 90% em 1980 para 64% em 2010, segundo recente pesquisa divulgada pela Revista Veja.

E esse fenômeno já começa a ser percebido. Na Missa do último domingo à noite, na Catedral de Nossa Senhora da Conceição, em Campina Grande, o Padre Márcio Henrique contou uma história: disse que, após a celebração da manhã, tinha sido procurado por uma senhora, com o filho de aproximadamente sete anos de idade, pedindo para que o batizasse.

Curioso, Padre Márcio perguntou por que ela queria batizar o filho, já grande, quando o normal seria o batismo ocorrer ainda criança. “É que nós éramos evangélicos e, agora, eu quero que meu filho seja batizado pelo senhor, padre”, disse a senhora. “E porque essa mudança?”, perguntou Padre Márcio. Ela simplesmente respondeu: “Papa Francisco”.

Como dizem os evangélicos, “Oh Glória!”.

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