Na avaliação do deputado Efraim Filho (DEM/PB) o impacto da renovação da cota, para importação do etanol americano, não foi visto como positivo no Norte e Nordeste. “Na Safra passada, o setor bateu um recorde. 65% da oferta da cana de açúcar foi destinada à produção do biocombustível. Para este ano a expectativa é de uma safra melhor ainda”, explicou Efraim.
Para o parlamentar a decisão do governo, publicada no Diário Oficial de sábado (31), desagradou e com razão os produtores da indústria sucroalcooleira do Nordeste. “Eles (os produtores) não esperavam essa medida. Além de aumentar de 600 milhões para 750 milhões de litros a quantidade a ser importado, o produto americano terá isenção de tarifa. O que não é justo para os produtores brasileiros. Declarou Efraim Filho.
A cota anterior valia até a última sexta-feira (26), mas não havia consenso dentro do governo se a quantidade deveria ou não ser aumentada. O Ministério da Agricultura era contra, mas perdeu a disputa para o Ministério da Economia.
Em conversa com a ministra da agricultura, Tereza Cristina, o deputado Efraim Filho comentou a decisão e defendeu os produtores do Nordeste. “A medida atendeu os interesses dos americanos. Há cerca de dois anos, o governo fez um compromisso com os produtores de que a isenção de 600 milhões de litros, por ano, não seria renovada e agora foi renovada com mais benefícios. A renúncia fiscal ficou em torno de R$ 270 milhões, não dá para entender”. Desabafou Efraim.
Ainda de acordo com o congressista havia uma pressão grande dos americanos para uma abertura do mercado mais ampla. Mas essa abertura do mercado brasileiro precisa vir acompanhada da abertura do mercado de açúcar brasileiro, nos Estados Unidos, o que ainda não aconteceu.
O Brasil foi o principal destino dos embarques de etanol de milho dos EUA, com importações de mais de 1,7 bilhão de litros no ano passado.
O Brasil produz cerca de 30 bilhões de litros de etanol por temporada. De acordo com o Ministério da Agricultura, na safra 2018/2019 a produção deve ser recorde, de 33,14 bilhões de litros. O Brasil é o segundo maior produtor mundial. Os EUA produzem quase o dobro, mas o combustível brasileiro, feito de cana-de-açúcar, é considerado mais ecológico do que o feito de milho.
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