Ao participar da abertura do 5º Congresso do PT, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que o partido continua vivo, apesar dos problemas enfrentados nos últimos tempos e a campanha de difamação, promovida, segundo ele, pela imprensa.
“Há dez anos que os jornalistas decretam a morte do PT”, reclamou. “O PT continua vivo e muito preparado para novos debates, novos combates. Machucado sim, mas bem vivo. Enfrentando a mais sórdida campanha de difamação que um partido político já enfrentou neste país", disse.
Para o ex-presidente, o partido precisa aprender ouvir o recado que o povo vem passando. “O povo está dizendo que o país não pode deixar de crescer e incluir e que não se acomodem no governo, não nos decepcione, faça aquilo que nós acreditamos”, traduziu Lula.
“É nossa obrigação ouvir e compreender esse recado, manter acesa a esperança de um futuro melhor”, disse o ex-presidente.
Lula reconheceu o país passa por momentos difíceis, mas pediu um voto de confiança no governo da presidente Dilma Rousseff.
“É claro que temos problemas. O desemprego aumentou um pouco, é verdade, a inflação subiu, também é verdade”, disse. “Mas ninguém está mais preocupado com inflação e com desemprego do que os trabalhadores, nosso partido e a presidente”, ponderou.
Embora a cúpula do partido tenha se esforçado para disfarçar ou tratar com naturalidade as divergências internas, o ambiente de tensão predominou no primeiro dia do 5º Congresso do PT.
Já no primeiro discurso, do anfitrião, o governador da Bahia, Rui Costa (PT), militantes abafaram sua fala gritando “Cabula”. A insatisfação, neste caso, tem como motivação a morte de 12 jovens executados por policiais militares no bairro Cabula, na periferia de Salvador. Costa é criticado por dificultar a punição dos executores.
Para abafar as manifestações, outra parte dos militantes puxou o coro “oleolá Dilma”, que também não se sustentou o suficiente para abafar o protestos.
Em seguida, pouco pode se ouvir da fala do presidente do partido, Rui Falcão. Enquanto Falcão discursava, apresentando ponto a ponto do documento Carta de Salvador, parte da militância se estranhava entre posições divergentes, outra parte entoava o coro “partido, partido, é dos trabalhadores”.
IG
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