A operação política montada em torno da sucessão do deputado Pedro Novais (PMDB-MA) no ministério do Turismo produziu um perdedor: o líder do PMDB na Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN). Além de não conseguir comandar o processo, ele acumulou desgaste político múltiplo junto à bancada que lidera, ao vice-presidente Michel Temer, ao Palácio do Planalto e a setores do PT que já estão de olho na cadeira de presidente da Câmara em 2013, almejada por Alves.
Fincar pé na indicação de dois deputados considerados "fichas sujas" pelo Planalto – Marcelo Castro (CE) e Manoel Júnior (PB) – foi apenas um erro em meio à série de equívocos cometidos pelo líder, na visão de seus próprios pares. E Alves passou recibo do desconforto ontem, com uma espécie de `discurso desabafo” no Encontro Nacional do PMDB. Ao se queixar dos ataques "mesquinhos", disse que o partido "não tem medo de tempestades, nem de furações, nem de ameaças, nem de cara feia, nem de constrangimentos".
Integrante da lista do líder, Castro foi citado na Operação Voucher, da Polícia Federal, como autor de emendas suspeitas para o Turismo. Também frequentou noticiário do escândalo do Ministério dos Transportes, por ser irmão dos donos da construtora Jurema, alvo de pelo menos 15 investigações, entre auditorias do Tribunal de Contas da União (TCU), inquéritos da PF e ações de improbidade apresentadas pelo Ministério Público. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Estadão
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