Na próxima semana, o gabinete da Presidência deve anunciar a data exata em que o presidente Lula virá cumprir agenda administrativa na Paraíba, onde a que tudo indica será no dia 26 de janeiro, na cidade de Patos, onde ele irá entregar novas unidades do programa ‘Minha Casa, Minha Vida’. Um dado que chama a atenção é que essa cidade sertaneja é administrada por Nabor Wanderley do Republicanos, filho do líder do partido na Câmara, deputado federal Hugo Motta que também é vice-presidente nacional do partido, sigla essa que apesar de ter um ministério no Governo Federal, faz mais oposição no Congresso do que o PL do ex-presidente Jair Bolsonaro.
No Governo Federal, o Republicanos controla com Silvio Costa Filho, a pasta de Portos e Aeroportos, porém segundo levantamento do Radar do Congresso mostra que os senadores do Republicanos votaram, em 2023, de acordo com a orientação do governo Lula em 46% das vezes. Para se ter ideia o PL do ex-presidente Jair Bolsonaro se alinhou às matérias de interesse do Planalto em 49% das votações, também em 2023. Entre os senadores do Republicanos que mais se posicionam contra Lula, estão os senadores bolsonaristas Damares Alves e Hamilton Mourão.
Portanto Lula, em Patos deve contar em seu palanque com a fidelidade total apenas do Senador Veneziano Vital do Rêgo (MDB) e de parte da base do governador João Azevêdo (PSB), que se declaram apoiadores da gestão petista. O comportamento oposicionista da bancada do Republicanos no Senado, conforme explica o cientista político Ricardo de João Braga, não se dá por acaso. De acordo com ele, é muito mais difícil para um senador se afastar de suas posições ideológicas do que para um parlamentar da Câmara dos Deputados, onde o mesmo partido apresenta um comportamento governista.
“É mais fácil um deputado se esconder no plenário, se esconder de seu eleitorado, do que um senador. Um voto individual no plenário tem muito mais valor no Senado do que na Câmara, e são políticos de maior ostensividade. Talvez a bancada do Republicanos no Senado sofra com maiores custos eleitorais ao se alinhar com o governo”, afirmou.
Redação
