PF escuta ‘fantasmas’ de Efraim esta semana; há suspeita de prática fraudulenta em bancos
A Polícia Federal começará a ouvir na próxima semana os funcionários fantasmas do gabinete do senador Efraim Morais (DEM-PB). As irmãs Kelly Janaína Nascimento da Silva e Kelriany Nascimento da Silva — que denunciaram o esquema de contratação irregular no gabinete em depoimento na 13ª DP (Sobradinho) em 17 de maio — serão as primeiras testemunhas a ser ouvidas pela PF. As estudantes receberam ontem a intimação. A PF entrou no caso para apurar possível fraude em transações bancárias de dois bancos públicos.
Como Kelly e Kelriany tinham contas na Caixa Econômica Federal e no Banco do Brasil abertas e movimentadas com procurações concedidas de forma irregular, os policiais vão apurar indício de fraude nas transações financeiras. O Senado depositava salário de R$ 3.800 na conta-corrente das irmãs que nunca apareceram para trabalhar. Procuração dada a Kátia da Conceição Bicalho, irmã da suposta assessora jurídica de Efraim, Mônica da Conceição Bicalho, concedia poderes para movimentar a conta das estudantes. Investigação da Polícia Legislativa do Senado apurou que o pai de Kátia e Mônica da Conceição Bicalho, o motorista de Efraim, Antônio Sérgio Rocha Bicalho, seria o responsável, no entanto, pelos saques e pelas transferências bancárias.
Ontem, Mônica e Kátia prestaram depoimento na Comissão de Sindicância do Senado que apura indícios de irregularidades nas contratações do gabinete de Efraim. A comissão demorou quase seis horas para ouvir as declarações das duas irmãs.
Funcionário do gabinete do senador do DEM e apontado como funcionário fantasma, Ricardo Luiz da Conceição Bicalho também prestou depoimento ontem, mas à Polícia do Senado. O filho do motorista de Efraim não ficou em silêncio, mas se recusou a responder perguntas que o comprometessem. Disse que trabalha no Senado desde 2005, mas questionado sobre a atividade que realizava no gabinete de Efraim fugiu da pergunta. “Me reservo o direito de não produzir prova contra mim”, disse. Ele teve o ponto liberado pelo senador com a alegação de que era contratado para fazer serviços externos. Ricardo é beneficiário de transferência de dinheiro da conta de Kelly e Kelriany.
Correio Braziliense