Categorias: Política

POBRE PARAÍBA, POBRE

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Parece que foi ontem, mas já faz algum tempo, quando a pequena Paraíba rompeu com o sistema da política “café com leite” para NEGAR o revezamento no comando do Brasil com políticos dos Estados de Minas Gerais e de São Paulo.

O poder nacional executado na República Velha, entre os idos de 1898 e 1930, operava-se por presidentes influenciados pelo setor agrário de São Paulo, poderoso economicamente, principalmente devido à produção de café e de Minas Gerais, considerado o maior colégio eleitoral do país da época e grande produtor de leite.

No revezamento do poder, o Partido Republicano Paulista e o Partido Republicano Mineiro controlavam os eleitores e gozavam do total apoio da elite agrária de outros estados do país.

Foi em 1930 o início do fim desse sistema anacrônico que deu a vitória ao candidato Júlio Prestes, tendo como concorrente Getúlio Vargas, contudo, logo depois fora derrubado pela revolução.

Episódio histórico ocorreu no fatídico 26 de julho de 1930, quando o presidente João Pessoa fora assassinado pelo seu adversário político João Dantas, numa confeitaria do Recife, motivado por questões políticas e de ordem pessoal, servindo como estopim para a mobilização armada no Brasil.

Além da morte de João Pessoa, outros acontecimentos agitaram o nosso país, como acusações de fraude eleitoral, ataque aos deputados mineiros e da bancada paraibana do partido Aliança Liberal, descontentamento popular devido à crise de 1929, e, finalmente, do rompimento da política do “café com leite” foram os principais fatores, que criaram um clima favorável para a revolução de 1930.

Ontem, a pequenina Paraíba, com seu espírito guerreiro e independente, trouxe alento para nosso povo sofrido ao negar-se à poderosa economia e força militar dos grandes estados.

Infelizmente, a Paraíba de hoje padece de um pessimismo crônico na sentida ausência de articulação política que lhe trouxesse desenvolvimento e paz, enveredando por túnel sem qualquer luz à frente.

Verdadeiramente o sentimento dos paraibanos é que a nossa terra está "arrasada" e que esses são os dias mais difíceis. Infelizmente, nossa Paraíba só vem aparecendo no cenário nacional em grandes escândalos envolvendo gestores públicos.

O espetáculo dantesco da destruição na calada da noite da pista de pouso e decolagem do Aeroclube de João Pessoa, truculentamente destruído pela Prefeitura Municipal da Capital assisti de perto, como advogado e associado.

Se não bastasse tanta humilhação, em programa de grande audiência televisiva deste domingo passado, fiquei chocado ao assistir a reportagem no programa Fantástico da Rede Globo, destaque incisivo e sem retoques do chamado "escândalo da merenda escolar", com graves irregularidades no contrato entre a prefeitura de João Pessoa e uma empresa paulista.

Imitando o lado ruim de São Paulo, a pequenina João Pessoa padece de um trânsito caótico e sem solução, hoje totalmente incontrolável. Aqui, os agentes de trânsito só servem mesmo para multar, sem qualquer interesse de organizar o trânsito louco de João Pessoa, engordando os cofres da prefeitura. Um absurdo!

Igualmente à capital, o cenário estadual é o mesmo, já se passando vários meses da atual gestão e a cantilena é repetida de não haver verba para nada, quanto menos para melhorar a segurança, saúde, educação, saneamento, mesmo com registro do aumento da receita.

Médicos e professores encontram-se em greve por tempo indeterminado e as polícias militar e civil trabalham insatisfeitas e desmotivadas em sistema de “greve branca”. A estatística criminal mostra o aumento da criminalidade em progressão geométrica

De forma tênue e quase imperceptível, a bancada federal paraibana realizou reunião em Brasília na tentativa da necessária união em torno das melhorias e projetos estruturantes para nosso Estado.

Enquanto isso, os Estados de Pernambuco e Rio Grande do Norte crescem e mostram força com o Planalto, com inúmeros projetos que aquecem a economia local, criando empregos e trazendo desenvolvimento e melhoria na qualidade de vida.

Hoje temos uma política denominada “rapadura com cana” protagonizada pela Paraíba e Pernambuco somente com vantagens e riquezas para os pernambucanos, ganhando generosos espaços no enriquecimento decorrente da letargia de nossos atuais governantes.

Até quando teremos que conviver com esse estado de "terra arrasada" onde os discursos ocupam o lugar das realizações de verdade.

O pacto parlamentar na Paraíba é muito pouco nesse estado que exige crescimento no presente no quadro federativo brasileiro.

Por enquanto, quedo-me com desgosto da omissão de nossos gestores, que arrastam nosso estado para a permanência com uma POBRE PARAÍBA, POBRE.

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