A Polícia do Senado deve pedir na próxima semana a quebra do sigilo bancário das duas irmãs que estavam registradas na Casa sem saber. O pedido deve se estender a duas outras pessoas que seriam responsável pela contratação das irmãs para o gabinete do senador Efraim Morais (DEM-PB). A informação foi confirmada pela Polícia do Senado nesta sexta-feira (28), que esclareceu ainda não haver qualquer investigação contra o senador neste momento. Caso seja apontado algum envolvimento de Efraim, o caso irá para a Corregedoria da Casa.
Efraim foi denunciado à Polícia Federal por suspeita de contratação de funcionários fantasmas. A denúncia foi feita pelas irmãs Kelriany e Kelly Nascimento da Silva. Ambas não tinham emprego fixo, mas recebiam o que acreditavam ser uma bolsa de estudos de R$ 100 que duas amigas teriam conseguido junto à Universidade de Brasília (UnB). Elas assinaram procurações.
Segundo a história contada por elas, as amigas pediram documentos e autorização para abrir conta em banco e as levaram a locais fora do Senado para fazer um exame de saúde que seria necessário para a bolsa. Na verdade, se tratava de um exame admissional. Nesta tarde, a Polícia do Senado pretende ouvir os médicos que realizaram estes exames.
As irmãs Kelly e Kelriany só descobriram que eram funcionárias do Senado no mês passado, quando uma delas conseguiu um emprego e foi abrir uma conta bancária. Elas descobriram que já estavam empregadas no gabinete do senador e que “recebiam” um salário de R$ 3,8 mil.
Segundo as irmãs que fizeram a denúncia, uma das amigas que pediu a procuração é Mônica da Conceição Bicalho, que trabalha para o senador. Em nota, a funcionária de Efraim afirmou que o senador não tinha conhecimento da contratação das duas irmãs. Disse ainda que as duas prestavam serviços externos ao gabinete. Mônica e uma irmã sua, Kátia, que também estaria envolvida na contratação, devem ser ouvidas na segunda-feira pela Polícia do Senado.
O pedido de quebra de sigilo de Kelly, Kelriany, Mônica e Kátia tem a intenção de descobrir onde foi parar o dinheiro que era depositado pelo Senado. Apesar do pedido de Efraim, ainda não houve exoneração das duas “fantasmas” e de Mônica. A direção da Casa quer esperar o resultado das investigações para cobrar o ressarcimento aos cofres públicos dos valores pagos. Além da Polícia do Senado, uma sindicância administrativa também foi aberta para apurar o caso.
G1
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