A campanha da presidente Dilma Rousseff (PT) à reeleição colocou o deputado Jean Wyllys (Psol-RJ) como destaque em um evento de jovens da periferia de São Paulo, em Itaquera. O parlamentar sentou-se ao lado da petista, do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do prefeito da capital paulista, Fernando Haddad, enquanto nomes petistas de peso ficaram no palco, mas distantes do protagonismo.
Apesar da presença de petistas tradicionais como o senador Eduardo Suplicy e o vice-presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia, Wyllys foi o único político a discursar depois da chegada da candidata, além de Lula, Haddad e da presidente. Eles dividiram o palco com jovens e artistas, entre os quais o global Henri Castelli e a cantora Negra Li.
Com baixa votação em São Paulo, o PT tentou motivar a juventude na reta final da campanha. A candidatura da petista também apresenta dificuldades na faixa etária dos 16 a 24 anos, segundo pesquisas recentes.
Membro da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados, Wyllys não poupou críticas ao governo Dilma Rousseff durante seu mandato, em defesa de propostas como a criminalização da homofobia. O parlamentar foi o sétimo mais votado do Rio de Janeiro, com mais de 144 mil votos.
Ao lado da petista, Jean Wyllys, que votou em Luciana Genro no primeiro turno, disse aos jovens que fez pressão contra o governo Dilma Rousseff, mas que decidiu apoiá-la agora porque acredita que o PT está mais aberto ao diálogo com as minorias.
“Por esse motivo, eu decidi não lavar as mãos, nem ficar em cima do muro. Eu assumi um lado. o governo precisa disso e eu sei que vai se abrir para isso”, disse. Em 2013, o deputado do Psol disse que o governo cedeu à “chantagem de fundamentalistas” para apensar o Projeto de Lei 122, que criminaliza a homofobia, ao projeto de reforma do Código Penal. Os defensores das causas LGBT viram o texto como “enterrado” por articulação do Palácio do Planalto.
No fim do evento, Dilma prometeu, no entanto, lutar pela causa. “Tenho o compromisso de lutar contra a discriminação da juventude negra neste país, contra os autos de resistência, contra esse morticínio, assim como eu tenho compromisso de lutar contra violência que motiva a mulher, assim como contra a homofobia, temos de criminalizar a homofobia”, disse.
Lula anima militância ao criticar jornalistas da Globo
Em sua convocação para que os jovens tentem convencer pessoas a votar em Dilma, o ex-presidente Lula animou a militância jovem com críticas a grande imprensa, mais precisamente contra a TV Globo.
“Daqui para a frente, é a Miriam Leitão (comentarista de economia) falando mal na televisão, e a gente falando bem na periferia. É o (William) Bonner falando mal na televisão, e a gente falando bem em casa. É nós contra eles. É nós contra eles. É nós contra eles”, repetiu Lula, para o delírio da plateia.
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