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Por CPI da Petrobrás, Aécio e Campos repetem tática eleitoral

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 A estratégia conjunta de não-agressão na campanha eleitoral firmada entre os pré-candidatos a presidente da República, senador Aécio Neves (PSDB), e o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), foi transformada nesta terça-feira, 24, em uma outra aliança, desta vez no Congresso, para viabilizar a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito para investigar irregularidades na Petrobrás.

Ao final desta terça, a oposição já tinha as 27 assinaturas de senadores necessárias para instalar a comissão mista, com trabalho conjunto entre Senado e Câmara. Além dos 11 senadores do PSDB, os quatro do PSB, quatro do DEM, um do SDD e um do PSOL, só foi possível obter o número mínimo após a adesão de senadores da base, como Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE), Pedro Simon (PMDB-RS), Pedro Taques (PDT-MT), Ana Amélia (PP-RS), Cristovam Buarque (PDT-DF) e Sérgio Petecão (PSD-AC).

As negociações em curso para a formação dos palanques eleitorais em seus Estados foi um elemento fundamental para a adesão. Taques, por exemplo, deve ser o candidato a governador que dará palanque a Campos no Mato Grosso. Ana Amélia, por sua vez, caminha para fechar com o PSDB e dar palanque a Aécio no Rio Grande do Sul. O partido de Cristovam, o PDT, negocia com o PSB uma candidatura contrária ao PT no Distrito Federal.

Mas o que mais pesou foi o interesse dos dois principais candidatos de oposição em desestabilizar a presidente Dilma Rousseff a poucos meses do início da campanha eleitoral. Aécio, após se reunir à tarde com lideranças da oposição na Câmara e no Senado deixou claro esse interesse, ao mencionar a possibilidade de a própria Dilma comparecer para depor. "Queremos trazer o senhor (Nestor) Cerveró, o diretor Paulo Roberto (Costa), o ex-presidente da empresa (José Sérgio Gabrielli) e até a própria presidente da República, se achar necessário, que venha aqui também prestar esclarecimentos. É o que queremos". Também falou sobre a importância do PSB no processo: "A colaboração do PSB para alcançar a adesão necessária é indispensável".

De São Paulo, onde participou de um evento, Campos orientou parlamentares do PSB que deveriam assinar qualquer proposta: CPI, CPMI, requerimento, tudo o que fosse possível para desgastar a imagem de "boa gerente" de Dilma. Ligou para o senador Rodrigo Rollemberg (PSB-DF) e disse que havia se convencido da necessidade de aderir ao movimento dada "a gravidade da situação".

Convites. O efeito foi imediato. Já pela manhã, o senador Rodrigo Rollemberg (PSB-DF), principal aliado de Campos no Senado, conseguiu aprovar na Comissão de Meio Ambiente e na de Assuntos Econômicos, requerimentos de convite para que a presidente da Petrobrás, Graça Foster, e o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, compareçam à Casa. Foster para falar sobre Pasadena, e Lobão para discorrer sobre problemas no setor de energia do País.

A opção preferencial por uma CPI mista foi definida à tarde por Aécio na reunião com lideranças da oposição. O motivo é que seria improvável conseguir abrir uma CPI exclusiva na Câmara, tendo em vista que a lista de requerimentos para instaurar uma comissão na Casa é extensa e não há disposição do presidente, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), em furar essa fila.

"Já tem o Ministério Público, o Tribunal de Contas e a Polícia Federal investigando. Nunca tantos órgãos investigaram ao mesmo tempo uma matéria como esta. Então, agora é aguardar essa apuração. Uma CPI meramente para atear fogo em questões políticas em ano eleitoral, eu acho que não é a vontade do País", disse ele nesta terça pela manhã. Já uma CPI exclusiva do Senado teria de ter o aval do presidente, Renan Calheiros (PMDB-AL), que já declarou, na semana passada, ser contrário a ela.

Com as 27 assinaturas do Senado asseguradas, o objetivo nesta quarta é conseguir fechar as 171 assinaturas mínimas de deputados necessárias para que o requerimento seja apresentado. A tarefa de coleta na Câmara cabe a quatro partidos: PPS, PSDB, DEM e PSB. Até o fechamento desta edição, faltavam aproximadamente 50 deputados para completar o número obrigatório e muitos oposicionistas sequer haviam assinado.

Estadão

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