Com o objetivo de eleger Dilma Rousseff em outubro, o PT vai chegar às eleições deste ano com o menor número de candidatos próprios a governador em seus 30 anos de história.
No atual cenário, a legenda encabeçará chapas estaduais em no máximo 12 Estados, mais o Distrito Federal, número bem inferior ao observado em cada uma das sete eleições estaduais que o PT participou.
Com isso, aumenta o protagonismo de partidos que hoje integram a base de sustentação de Lula, principalmente o PMDB, que indicará o vice de Dilma e que deve receber o apoio do PT em sete Estados.
Em seguida vem o PSB, que embora mantenha candidatura própria à Presidência (Ciro Gomes) tem até o momento o apoio do PT à reeleição de seus governadores Cid Gomes (CE) e Eduardo Campos (PE). O próprio Ciro terá o PT no palanque se disputar o governo paulista.
“O nosso objetivo primeiro é eleger a Dilma”, diz Paulo Frateschi, secretário nacional de Organização, para quem a mudança é importante. “Antes, para ter coligação no PT era um sufoco danado.” O senador Aloizio Mercadante (SP) reforça: “O projeto é dar prioridade à campanha nacional”.
De fato, a política de alianças que será aprovada hoje no congresso do PT diz que os arranjos regionais devem se submeter à “centralidade da eleição da companheira Dilma”.
Nas quatro primeiras eleições estaduais de que participou (1982, 1986, 1990 e 1994), o PT lançou candidaturas a governador em quase todos os Estados. Em 1994, teve suas duas primeiras vitórias –DF e ES.
Quatro anos depois (1998), o PT teve o menor número de candidaturas, 16. Mas em 2002, ano em que chegou à Presidência, encabeçou chapa em 24 Estados. Na reeleição de Lula, em 2006, foram 18.
“Isso é maturidade, é evolução partidária. De que adianta ter candidato em todo lugar e não ir para o segundo turno? Queremos compor uma maioria. Lula tem ampla base de sustentação, que tem que ser representada”, afirma Cândido Vaccarezza (PT-SP), líder do governo na Câmara. O Planalto tem 14 partidos em sua base, mas nem todos apoiarão Dilma.
Os tucanos também lançaram candidatos ao governo em cerca de um terço dos Estados quando ocuparam o Planalto. Nesta eleição, o PSDB deverá ter entre 17 e 19 palanques.
Depois de PMDB e PSB, outros dois partidos da base lulista aparecem como beneficiários de possíveis apoios petistas, o PDT e o PP, herdeiro da Arena (Aliança Renovadora Nacional), sigla de sustentação do regime militar (1964-1985).
Mesmo com menor protagonismo, o PT enfrentará divergências entre aliados. Em Minas, o partido tenta lançar candidato próprio, mas pode ser forçado a apoiar uma candidatura do PMDB ou do PRB. No Rio, o governador Sérgio Cabral (PMDB) reclama da possibilidade de dividir o apoio governista com o adversário Anthony Garotinho (PR).
Folha