A Frente Nacional dos Prefeitos enviou, nesta quinta-feira (18/3), uma nota ao Ministério da Saúde demandando ação imediata para impedir a iminente crise de oxigênio hospitalar em todo o país. O objetivo é reforçar a necessidade do apoio federal na aquisição de insumos e nas estratégias de distribuição e logística.
“O aumento sem precedentes no número de contaminados com o novo coronavírus e da demanda por atendimento hospitalar aponta para um cenário potencialmente ainda mais trágico já nos próximos dias: a falta de oxigênio e de medicamentos para sedação de paciente intubados”, alerta o documento.
Se em um primeiro momento o colapso foi percebido em Manaus — com registro de 28 mortes por falta de oxigênio na capital do Amazonas em janeiro de 2021, segundo o Ministério Público Federal —, atualmente, a situação não fica mais restrita a um só estado. “Já há registros, de Norte a Sul do país, de escassez e iminente falta desses insumos imprescindíveis para enfrentar à covid-19”, completa o texto.
A sugestão da Frente é que a União redirecione insumos e produtos para fortalecer a demanda. “Isso poderia ser feito com a indústria metalúrgica, que também utiliza oxigênio com o mesmo grau de pureza do hospitalar”. O pedido também se estende para medicamentos de sedação, necessários no processo de intubação.
“Não é razoável que cidadãos brasileiros sejam levados à desesperadora morte por ‘afogamento’ no seco, ou que sejam amarrados e mantenham a consciência durante o delicado e doloroso processo de intubação e depois na sua longa permanência”.
A possível falta de oxigênio em cidades do Brasil foi tema da audiência desta quinta-feira da Comissão Temporária da covid-19 do Congresso Nacional. Segundo o diretor de Logística do Ministério da Saúde, general Ridauto Fernandes, o cenário atual de colapso em todo o país pode levar ao desabastecimento de oxigênio medicinal, especialmente em pequenos hospitais e municípios do interior.
Redação com assessoria