O PSDB vai romper neste ano uma tradição do PT de lançar nas eleições estaduais mais candidatos a governador do que o adversário. Em 2010, serão os tucanos que terão mais palanques próprios nas disputas estaduais. A montagem desse tabuleiro eleitoral também mostra que a eleição do “nós contra eles” pregada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva na disputa federal não se dará na prática na maioria dos Estados.
As negociações ainda estão em andamento, mas as possibilidades de duelo direto entre candidatos a governador tucanos e petistas já podem ser medidas. Ele acontecerá, em pelo menos, dez Estados e no Distrito Federal, com o risco de não ocorrer nos maiores colégios eleitorais do País – São Paulo e Minas Gerais. Isso significa que, na maioria das unidades federativas, o caráter plebiscitário que o PT quer dar à eleição ficará restrito ao discurso de terceiros.
No cenário mais otimista, os petistas contarão, no máximo, com 13 nomes do partido para governador neste ano – apenas 9 estão confirmados por enquanto (AC, BA, DF, MS, PA, RS, SC, SE e RO). O PSDB tem representantes garantidos em 14 Estados (AC, AP, AL, ES, GO, MG, PA, PR, PI, RO, RR, SP, TO e CE), podendo chegar a 19. As duas legendas governam cinco Estados cada uma.
INVERSÃO DE PAPÉIS
Historicamente, o PT sempre lançou candidatos a governo estadual em quase todo o País. Mas, desde a vitória de Lula, o número de candidatos petistas na corrida estadual vem reduzindo a cada eleição. Em 2002, foram 24. Quatro anos depois, nas eleições de 2006, foram 18. Agora, não ultrapassarão 13.
Já os tucanos têm ampliado a cada pleito sua participação direta na disputa estadual. Em 2002, lançaram 9 candidatos. Na eleição seguinte, esse número quase dobrou (17). Neste ano, o PSDB poderá levar aos palanques nos Estados até 19 tucanos, que, além de brigar pelo governo, ajudarão na campanha do governador José Serra, virtual candidato a presidente.
Estadão