Após os dois primeiros dias de julgamento do Mensalão pelo Supremo Tribunal Federal (STF), advogados ligados ao PT estudam entrar com uma representação no Conselho Nacional do Ministério Público contra o procurador-geral da República, Roberto Gurgel.
A resolução foi tirada durante reunião na sede do PT Nacional em São Paulo, no sábado (4), um dia depois que Gurgel, durante cinco horas, apresentou a acusação contra os 38 réus do processo, que incluem a antiga cúpula do partido, como o ex-presidente da sigla José Genoino e o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu.
O objetivo é questionar a "conduta" de Gurgel que, segundo os advogados do PT, movimentou "uma quantidade gigantesca" de dinheiro para viabilizar uma investigação de mais de sete anos e realizar um julgamento que, para eles, "não tem nenhum prova concreta para acontecer". Os petistas pretendem pedir que Gurgel "devolva aos cofres públicos a verba gasta com o processo".
Ainda de acordo com os advogados do grupo, uma das competências do Conselho Nacional do MP é "velar pela postura e pelas atribuições dos integrantes do Ministério Público Federal e Estadual". No entanto, vale lembrar que Gurgel, como procurador-geral, é o representante máximo do órgão.
"A acusação de Gurgel foi fraca e sem provas concretas. Dessa forma, ele se tornou a principal testemunha de defesa de José Dirceu e José Genoino", declarou o coordenador do setorial jurídico do PT, Marco Aurélio Carvalho. Os advogados pretendem consultar juristas já nos próximos dias para estudar a melhor forma de entrar com a representação.
O julgamento do Mensalão, iniciado na última quinta-feira (2), será reiniciado nesta segunda (6), com a sustentação oral dos advogados de defesa. O primeiro será José Luís de Oliveira Lima, que defende José Dirceu.
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