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PT pede vaga no TCU para apoiar Hugo Motta e deve indicar próximo ministro, diz Lira

Arthur Lira (no centro) e Hugo Motta (à esquerda) durante pronunciamento à imprensa – Reprodução/Youtube/TV Câmara – Marina Ramos/Câmara dos Deputados

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), confirmou à Folha de S.Paulo que o PT terá a oportunidade de indicar um representante para o Tribunal de Contas da União (TCU) como parte de um acordo para apoiar a candidatura de Hugo Motta (Republicanos-PB) à presidência da Câmara. Lira revelou que o compromisso foi selado durante as negociações com o PT, que manifestou o desejo de ter um representante no tribunal. A última vez que o partido conseguiu viabilizar uma indicação ao TCU, segundo Lira, foi marcada por derrotas políticas no plenário.

“[Há o compromisso] com o PT, sim, de eles indicarem a vaga”, afirmou o presidente da Câmara. Duas vagas no TCU serão abertas até 2027, decorrentes de aposentadorias de ministros, o que tornou a escolha de novos membros parte das articulações políticas recentes na Casa. Lira ressaltou que o apoio do PT ao candidato Hugo Motta foi amparado pelo consenso entre o atual governo e o bloco majoritário, que inclui o PT e o PL, este último partido de Jair Bolsonaro.

Durante a entrevista, Arthur Lira destacou sua tentativa de unificar a Câmara para uma sucessão tranquila. “Procurei construir uma candidatura que unificasse”, comentou, mencionando que buscou tratar com cuidado as divergências internas e possíveis ressentimentos, especialmente entre aliados próximos, como o líder Elmar Nascimento (União Brasil-BA), que também era cotado para a presidência, mas acabou frustrado com o resultado das negociações.

Elmar, segundo Lira, chegou a expressar seu descontentamento, mas Lira assegura que manterá a lealdade e amizade com o colega. “Vou trabalhar para que isso seja superado”, prometeu, rechaçando as especulações de que Elmar possa atuar como “homem-bomba” nas discussões internas da Câmara.

Sobre as tratativas do PT para a vaga no TCU, Lira comentou que as conversas são legítimas e refletem interesses administrativos e de representatividade dos partidos. “Acho que é lícito”, comentou. Ele também lembrou o alinhamento do presidente Lula em permitir sua liderança no processo sucessório da Câmara, elogiando o respeito mútuo entre eles desde que iniciaram o relacionamento político.

Além disso, Lira tratou das negociações em torno das emendas parlamentares, que seguem travadas em meio a uma série de pautas administrativas, como financiamento para hospitais, universidades e obras públicas paralisadas. “Esperava ter votado nesta semana”, confessou Lira, mostrando preocupação com a paralisação.

Outro ponto relevante abordado por Lira foi a criação de uma comissão especial para analisar o projeto de lei da anistia, que vinha sendo usado “inapropriadamente” nas negociações para a Mesa Diretora da Câmara. Segundo Lira, a decisão visa dar uma solução definitiva à pauta em seu mandato, ouvindo todos os lados para um desfecho equilibrado.

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