O mesmo marqueteiro baiano Duda Mendonça (na foto ao lado) que trabalhou na campanha política em prol da primeira reeleição do governador José Maranhão (PMDB), em 1998, este ano fará igualzinho para o quase ex-prefeito de João Pessoa, Ricardo Coutinho (PSB).
Preço do serviço é bastante alto
Duda costuma cobrar alto, muito caro mesmo, a quem ele presta seus serviços especializados em marketing pessoal, pautado sempre na emoção. Para Ricardo, talvez fique por um “precinho Zé Araújo” (onde quem manda é o freguês) já que a DM está incluída no pacote nacional comprado pelo pré-candidato a presidente da República Ciro Gomes (socialista, assim como Coutinho).
Meninos, eu mesmo vi…
Eu trabalhei de perto com a equipe dele em 1998, quando Maranhão foi postulante à reeleição, enfrentando Gilvan Freire, então lançado como anticandidato pelo PSB. Naquela eleição, o pleito foi decidido bem antes (fora das urnas), durante as duas convenções realizadas pelo PMDB no Esporte Clube Cabo Branco, em maio e junho, 12 anos atrás.
Marqueteiro e profeta eleitoral
Duda passou seis meses para só então aparecer pessoalmente em João Pessoa e depois de uma rápida passagem pela Granja Santana, foi conceder entrevista coletiva na API (Associação Paraibana de Imprensa), para dizer que Maranhão ganharia a eleição com 60% dos votos. O resultado final, logo no 1º turno, foi de 82% dos votos e JM tornou-se assim, com esta marca invejável, o governador mais bem eleito do Brasil, naquele pleito, proporcionalmente falando.
DM custa muito caro
Duda veio de jatinho fretado, voando direto de Salvador-BA para o aeroporto Castro Pinto, porque ele atendia – além de Maranhão – também os governadores Miguel Arraes (PSB), em Recife-PE e Garibaldi Alves Filho (PMDB), em Natal-RN.
Atendendo oito governadores
O marqueteiro trabalhava também para os então governadores Antônio Brito (Rio Grande do Sul), Paulo Maluf (São Paulo), Iris Resende (Goiás), Joaquim Roriz (Brasília-DF) e Marcelo Alencar (Rio de Janeiro), além do prefeito paulista Celso Pitta, naquelas eleições. Ele atendia oito governadores, no total, além da prefeitura da maior cidade brasileira.
Parceria com produtora local
A Lumen (agência de propaganda, publicidade e produtora de vídeo recém-criada) deu cobertura técnica na forma de locação de equipamentos de gravação à DM, numa parceria formada pelos então sócios Robinson Khoury Vianna, Otto Marcelo, Saulo Piquet e Otamar Gama.
Quem era a equipe dele?
Veio muita gente de fora (profissionais que atuavam no eixo Bahia-São Paulo), aos montes, para trabalhar na campanha de Maranhão. Os diretores da Duda Mendonça foram buscar em Recife-PE e Natal-RN o reforço de atrizes e jornalistas para fazer a apresentação de programas de TV e reportagens para veicular no guia eleitoral (horário gratuito do TRE).
Repórter top de linha
Entre eles, estava Zeca Xavier (que também fazia reportagens de campo para o guia eleitoral de Fernando Henrique Cardoso para presidente da República, mostrando obras do Governo Federal espalhadas pelo Brasil afora, como por exemplo, o Canal da Redenção, na Paraíba).
Teve até atriz global
Duda trouxe ainda Eliete Cigarini (ex-atriz do SBT, que também fez várias novelas na TV Globo e Rede Record, sendo apresentadora do “Jornal do Desenvolvimento”, ao lado de Denny Oliveira).
Curiosidade policial
O radialista e apresentador de TV Denny Oliveira, chegou a ser indiciado pela polícia da cidade do Recife-PE, em dezembro de 2006. Ele foi acusado de estupro (em um dos casos) e atentado violento ao pudor contra outras quatro adolescentes que participaram de um programa que ele comandava na TV Jornal. A Justiça negou o pedido de prisão preventiva feito pelo Ministério Público de Pernambuco por quatro vezes.
Recuperando prestígio
E por falar nele, no sábado passado, na cidade de Igarassu (município localizado na área metropolitana da capital pernambucana), houve a volta do show promovido pela “Caravana Denny Oliveira”. O retorno veio acompanhado de muitas atrações regionais, como o cantor brega Adilson Ramos, ao lado do forrozeiro Petrúcio Amorim, do sanfoneiro Santana e da rebolativa dançarina Gretchen (que foi a primeira apresentadora do programa “Mulher Demais”, até hoje levado ao ar diariamente pela TV Correio, agora comandado por Fernanda Albuquerque).
Vigiando bem de pertinho
Os chefes de escritório da empresa paulista em João Pessoa foram: Augusto Fonseca, Raimundo Lueddy (Mundico) e Mário Rosa. Eles eram supervisionados por sócios de Duda, todos diretores de áreas específicas, como: João Santana (marketing), Zilmar Fernandes (administrativa) e Armando Correia Ribeiro (financeiro).
Recursos cinematográficos
Tinha gente famosa trabalhando por aqui, como Anselmo Duarte (filho do cinegrafista recém-falecido de mesmo nome, autor do filme “O Pagador de Promessas”, que é até hoje a única produção brasileira a ter recebido a Palma de Ouro no Festival de Cinema de Cannes, na França, em 1962).
Criando o “Senador do Zé”
O estúdio-máster para gravações exclusivas do governador José Maranhão e Ney Suassuna (na época, lançado na mídia com o slogan apelativo de “O Senador do Zé”) foi alugado à Mix Comunicação, na estrada de Cabedelo, ao lado da distribuidora farmacêutica HA Brito, hoje falida.
Estúdio alternativo
Já o estúdio de gravação para candidatos proporcionais a deputado federal e estadual, foi montado na própria Lumen, que ficava instalada em frente à agência do atual Banco Real da Epitácio Pessoa (antigo Bemge – Banco do estado de Minas Gerais, na época) localizado nas proximidades de onde hoje existe o Templo Maior da Igreja Universal do Reino de Deus e o Grupamento de Engenharia.
Quartel-general na orla marítima
A sede principal da DM ficava num verdadeiro bunker instalado no começo da avenida Marcionila da Conceição, no bairro do Cabo Branco, em um casarão onde funciona atualmente o escritório de advocacia de Alexandre de Luna Freire.
Antes do Tererê existir
A casa onde o pessoal contratado pela Duda Mendonça morava, era uma espécie de república de estudantes universitários e ficava onde hoje funciona a churrascaria Tererê. A parte comercial, institucional, legal, como o fornecimento de notas fiscais, pagamentos e etc, era feita através da Antares (agência de propaganda).
Gente de fora e o povo daqui
“Gafanhoto” era o videografista (criador das peças de arte com animação computadorizada para mostrar na telinha da TV), Mazzola era o câmera-senior e Sandra Santana (irmã de Zilmar Fernandes, sócia do próprio Duda) chefiava a produção local. Max Leal Marques (da Três Comunicação) também trabalhou com a DM, entre outros profissionais recrutados no mercado local, como Valneide Ribeiro e Raija Almeida.
Vale a pena ver de novo
Enfim, este é o sumário de uma história que poderá se repetir este ano, com um pequeno detalhe: essas mesmas pessoas – agora – deverão estar trabalhando pelo lado oposto ao qual prestaram seus serviços profissionais, há pouco mais de uma década.