Há uma guerra de versões em Campina Grande sobre quem está com a verdade em relação às greves que foram deflagradas na Saúde e na Educação Municipal em Campina. Essa discussão está sendo travada entre a Prefeitura de Campina Grande e o sindicato que representa os servidores municipais, o Sintab.
De um lado, a Prefeitura, do Prefeito Romero Rodrigues (PSDB). Aquele que foi eleito prometendo diálogo com as entidades, prometendo respeito às instituições, prometendo inovação e ingressou na Justiça alegando ter esgotado todos os canais de negociação com o sindicato. Diz que já cansou de negociar, sem obter sucesso, e que, como último recurso, restou ingressar na Justiça com duas ações, pedindo a ilegalidade das duas greves.
Do outro lado está o Sintab, presidido pelo vereador Napoleão Maracajá, que é de um partido aliado do Prefeito Romero Rodrigues, o PC do B, mas diz que tem postura independente no Legislativo. Tanto que tem aproveitado os espaços disponíveis na imprensa, cada vez mais diminutos, para criticar o posicionamento da administração de Romero.
Segundo Napoleão, vários ofícios já foram expedidos pela direção do sindicato, protocolados no Gabinete do Prefeito, pedindo audiências para discutir as questões que levaram os servidores a paralisar as atividades. “O primeiro nós protocolamos no dia 2 de fevereiro, logo após a posse do Prefeito, e de lá pra cá foram vários outros. Não tivemos a resposta de nenhum,”, diz Napoleão.
E, no meio do caminho, entre o Prefeito que diz estar cansado de negociar e o sindicalista-vereador que diz que não teve uma oportunidade sequer para ser recebido pelo prefeito, nem para tomar um cafezinho, está o povo. Claro, sempre o povo, que, neste caso, está ficando sem acesso ao básico, que são os serviços públicos.
Enquanto Romero e Napoleão não se entendem, a população sofre para ter atendimento no Hospital Municipal da Criança e do Adolescente; na Unidade de Pronto Atendimento – UPA; nos Postos de Saúde que estão sem médicos em mais de 80%, na impossibilidade de acesso aos medicamentos, em falta desde que o estoque que ficou da gestão passada acabou…
Enquanto Romero e Napoleão não se entendem as mães que deixam seus filhos nas creches do município estão impossibilitadas, prejudicando a necessidade de horário para trabalhar – muitas delas trabalham fora e precisam das creches funcionando; os jovens e adolescentes estão sem aulas nas escolas, atrasando o ano letivo; e todos estão sem o que é fundamental para muitos, até, que é a merenda escolar – em alguns casos a única refeição a que tem acesso durante o dia.
Ahhh… mas para muitos políticos, o povo é apenas um detalhe! Quanta inovação…