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Quem realmente traiu Ney?

Ao término da campanha de 2006, quando o então senador Ney Suassuna disputava a reeleição pelo PMDB, o vitorioso foi Cícero Lucena (PSDB). Todos lembram. Ato contínuo, Ney, na época, ignorou toda a campanha negativa feita pela mídia nacional e direcionou suas magoas aos irmãos Veneziano e Vitalzinho, lideranças políticas de Campina Grande.

Na época, vários bombeiros entraram em ação, mas o fogo não foi debelado. E deu no que deu: Ney, mesmo no ninho peemedebista, na campanha para prefeito de 2008, apoiou o adversário de Veneziano, Rômulo Gouveia (PSDB), inclusive – falam – com apoio ‘estrutural’: malas, etc, etc, etc.

Há alguns meses fiquei sabendo do que realmente ocorreu naquela campanha perdida por Ney. E confesso que, mesmo já tendo visto muito na política, isso me surpreendeu, por ter saído de quem não se espera – porque ele é tido, hoje, como ‘amigo’, ‘único defensor’, coisas do tipo.

A campanha se aproximava da reta final e, enquanto Cássio e Cícero corriam o estado, a chapa peemedebista estava estática. Ney se desdobrava, na Paraíba e em Brasília, para tentar amenizar os efeitos da campanha negativa devastadora, que estimulava a população a bradar: ‘olha a ambulância aí’, ‘sanguessuga’ e coisas do tipo, quando Ney passava.

Reuniram-se, então, os líderes do PMDB. A ordem era colocar o bloco na rua, pois não podiam continuar como estavam. Lá se faziam presentes, dentre outros personagens, José Maranhão, Ney Suassuna, Jota Júnior, Vital do Rego Filho, Veneziano Vital do Rego, Ricardo Coutinho, Nabor Wanderley, Manoel Júnior, Wilson Santiago…

A Ney era cobrada a posição de entrar na campanha, pois o PMDB perdia terreno – ou melhor, votos – enquanto os cassistas passeavam na campanha, literalmente. O relato a seguir me deixou estupefato, pois se refere ao que foi dito por quem, hoje, posa de amigo do ex-senador.

Esta figura olhou para Ney e sapecou: “Senador, o senhor tem que sair, pois desta forma vai perder até para um poste”. Depois, outra frase: “Ney, a verdade é que a campanha está se tornando a do ladrão conta o ladrão”. Tudo isso ali, bem na frente do senador. ‘Na lata’, como se diz popularmente. Ney engoliu e não revidou.

A população poderá imaginar quem disse isto. Hoje, eles estão juntos – ou pelo menos acho que estão. Ney sabe de quem eu estou falando. O leitor tirará suas conclusões. A posteridade confirmará. E talvez até mesmo Ney possa dizer, de viva voz, o que ouviu naquele dia. Vai depender do que farão com ele agora.
 


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