O deputado federal Cabo Gilberto (PL), sendo coerente com a sua fama de radical bolsonarista, parece estar disposto a seguir um caminho que, paradoxalmente, pode vir a prejudicá-lo no futuro político. Ao defender a redução não apenas de duas, mas de sete vagas para a Paraíba na Câmara dos Deputados, ele demonstra uma clara determinação em manter seu alinhamento ideológico do “estado mínimo”, mesmo que isso signifique colocar em risco sua própria representatividade e influência.
A proposta do deputado (que diz que vai oficializar através de PEC) de que cada estado tenha apenas cinco representantes, independentemente do tamanho de sua população, é certamente controversa. Embora possa atrair os olhares dos mais fervorosos apoiadores bolsonaristas que defendem o papo furado do “estado mínimo”, a realidade política exige uma análise mais pragmática e adaptada às necessidades das unidades federativas. A diversidade de desafios e demandas enfrentados por diferentes regiões não pode ser ignorada em prol de uma ideia que preza pelo radicalismo ideológico.
É importante considerar que, conforme a onda bolsonarista começa a arrefecer, como indicam diversos analistas políticos, a base de apoio do deputado Cabo Gilberto pode encolher significativamente. Nesse cenário, a tese de redução de vagas para a Paraíba poderia prejudicar suas chances de reeleição. Uma postura inflexível e desconectada das nuances da política estadual poderia deixá-lo isolado, afastando-o de apoios importantes que podem fazer a diferença em um pleito.
No entanto, não existe razão para que os paraibanos se preocupem com uma eventual perda de representatividade em Brasília, já que uma proposta tão radical quanto a sugerida por Cabo Gilberto é altamente improvável.
Feliphe Rojas
PB Agora