A vereadora Raíssa Lacerda (PSB), presa no âmbito da Operação Território Livre, anunciou sua desistência da corrida eleitoral para a reeleição em 2024. O documento formalizando sua retirada foi protocolado no sistema do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) nesta quinta-feira (26), após ser encaminhado à Justiça Eleitoral.
Raíssa foi detida no dia 19 de setembro durante a segunda fase da operação, conduzida pela Polícia Federal, que investiga crimes de aliciamento violento de eleitores. Ela permanece presa na Penitenciária Júlia Maranhão, em João Pessoa. A investigação revela a ligação da vereadora com integrantes de facções criminosas, fortalecendo as acusações contra ela.
No início da semana, o Tribunal Regional Eleitoral da Paraíba (TRE-PB) manteve a prisão de Raíssa, mesmo diante do pedido de habeas corpus apresentado por sua defesa. Seus advogados alegaram que os fundamentos da prisão eram vagos e que não havia provas concretas de atos ilícitos. A defesa também mencionou a saúde debilitada da vereadora e seu papel como curadora de um irmão dependente químico, argumentos que não foram suficientes para garantir sua liberdade.
Durante a análise do caso, o procurador regional eleitoral, Renan Paes Félix, reforçou a gravidade das provas apresentadas, incluindo diálogos comprometedores entre Raíssa e membros de uma facção criminosa. Segundo o procurador, as conversas, interceptadas do celular da vereadora, confirmam que ela tinha ciência e envolvimento direto nas negociações com criminosos.
O juiz-membro Bruno Teixeira de Paiva, relator do processo, também sustentou a necessidade de manter Raíssa Lacerda presa, argumentando que a vereadora não comprovou ser a única responsável pelos cuidados de seu irmão e não apresentou documentos que atestem qualquer condição de saúde grave que justifique sua soltura.
Os juízes do TRE seguiram a decisão do relator e, por unanimidade, a prisão da vereadora foi mantida.