Raniery defende unificação das eleições

“Querem diminuir a representatividade e não os gastos”, avalia Raniery Paulino

A polêmica sobre uma possível redução vagas na Assembleia Legislativa da Paraíba para o pleito de 2014, de 36 para 30 provocou a insatisfação de alguns parlamentares da Casa na manhã desta quarta-feira (13). Um dos que se colocou contra a proposta foi o deputado estadual Raniery Paulino (PMDB) que avalia a possibilidade como uma tentativa da redução da representatividade da Paraíba e não dos gastos financeiros.

“A questão não é financeira e sim representativa, a partir do momento que se cogita a possibilidade de diminuir o numero de representantes, querem também diminuir a representação de um Estado que tem 223 municípios”, explicou.

O parlamentar acredita que a redução não é boa para a Paraíba e sugeriu que a Assembleia convoque uma reunião para buscar os mecanismos legais para a manutenção dos 36 deputados também para as demais eleições estaduais.

“Acho que devemos manter o que nós temos, tanto no âmbito estadual quanto no âmbito federal”, defendeu.

Raniery condenou ainda o fato de não está sendo discutida a possibilidade da unificação das eleições municipais com as estaduais, para que todo o pleito seja realizado uma única vez e não de dois em dois anos.

“A tese mais importante que não está sendo colocada é o agrupamento da eleição para ser realizada num único pleito, que seria uma pauta mais importante, eu sou a favor da unificação e acredito que em vez de tentarem reduzir a representação do Estado, deveriam discutir a unificação das eleições”, disse.

Indagada sobre a redução de seis parlamentares na Assembleia e dois na Câmara Federal, a deputada Daniela Ribeiro (PP), deixou claro que o fato de reduzir a representatividade da Paraíba é algo nocivo

"Eu acredito que quanto mais representantes, não somente em número, mas em qualidade também tivermos para o nosso Estado melhor. Nós temos 223 municipios e quanto maior atenção a eles melhor. Diminuir essa representatividade significa diminuir a produção de discussões, de pessoas trabalhando, defendendo processos, fiscalizando, não somente aqui, mas também em Brasília. Isso é um retrocesso da democracia pois perdemos representação. Isso é ruim para todos nós. O paraibano acredita que teremos pessoas comprometidas trabalhando para o nosso Estado. É isso que queremos", explicou.

ENTENDA

Os deputados estaduais e federais dos oito Estados que poderão perder parlamentares, a partir das eleições de 2014, se reuniram com a ministra do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Nancy Andrighi. 

O encontro aconteceu em Brasília nesta terça-feira (12).

O presidente da Assembleia Legislativa da Paraíba (ALPB), deputado Ricardo Marcelo (PEN), participou da reunião acompanhado dos deputados federais: Damião Feliciano (PDT), Manoel Júnior (PMDB), Leonardo Gadelha (PSC) e Benjamin Maranhão (PMDB).

A reunião teve o objetivo de discutir o processo que pretende alterar a composição na representação dos parlamentares nas Assembleias Legislativas e na Câmara Federal, medida não aprovada pelos parlamentares paraibanos.

Além da Paraíba, as mudanças que estão sendo analisadas pelo TSE devem diminuir o número de deputados em Alagoas, Paraná, Rio de janeiro, Rio Grande do Sul, Maranhão, Goiás e Piauí.

"Nós temos que nos unir, pois o que está em jogo é a representatividade da população. O povo passará a ter menos representantes, e, no caso dos deputados federais, os Estados que perderem parlamentares também perderão recursos em emendas", disse Ricardo Marcelo.

A ministra Nancy Andrighi, que é a relatora do processo, disse que já está pronta para votar e afirmou que todos os aspectos serão levados em consideração.

Caso seja aprovado, o Poder Legislativo estadual deve diminuir de 36 para 30 o número de deputados que compõem o seu plenário. Já os parlamentares com representação em Brasília terão eleitos apenas 10 deputados federais ao invés de 12, que atualmente integra a bancada.

Os Estados de São Paulo, Espírito Santo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Sergipe, Distrito Federal, Rondônia, Tocantins, Acre, Amapá e Roraima mantém-se com as representações inalteradas. O Pará será o mais beneficiado, passando de 17 para 20 deputados federais e de 41 para 44 deputados estaduais.
 

PB Agora