Ao anunciar ontem (28), no programa radiofônico oficial Fala Governador, transmitido em cadeia estadual pela Rádio Tabajara, o governador Ricardo Coutinho, a criação de um Comitê de Abastecimento para intensificar o trabalho de manutenção na Paraíba dos serviços essenciais à população. Ele aproveitou para considerar como ‘oportunista’ o discurso da oposição sobre a paralisação dos caminhoneiros.
“Como o oportunismo [político] é capaz de fazer coisas tão maléficas”. A frase dita pelo governador Ricardo Coutinho, expressa segundo ele, uma indignação quanto à postura de políticos que tentam, a todo custo, transferir a responsabilidade da crise dos combustíveis para o estado.
‘O oportunismo é uma prática reiterada de alguns setores da oposição na Paraíba’. Embasado de acordo com ele por fatos, o gestor estadual derrubou o discurso de um de seus mais ferrenhos opositores, o senador Cássio Cunha Lima (PSDB). O tucano usou as mídias para sugerir que a cobrança de ICMS seria extorsiva para o cidadão, convenientemente sonegando a informação de que a Paraíba tem a terceira menor tributação sobre a gasolina do Nordeste, atrás apenas de Sergipe e Maranhão – tem menor taxação do que Alagoas, Bahia, Rio Grande do Norte, Piauí, Pernambuco e Ceará. Mas a desfaçatez com que o senador tratou o tema é ainda pior. Fôssemos considerar que o valor do ICMS seria alto na Paraíba, deveríamos culpar, única e exclusivamente, à gestão do tucano à frente do Governo do Estado.
O governador deu ciência do que ocorreu a partir de 2004 com a cobrança do imposto: “O ICMS até 2003 era de 17% da gasolina. Ele, com a lei 7.598, de 2004, passou de 17% para 25%. E com outra lei, a 7.611, que criou o Fundo de Combate e Erradicação da Pobreza, aumentou mais 2%. Ou seja, o ICMS em 2004 passou de 17% para 27%. E com a maior cara de pau do mundo vem dizer que a culpa é do atual governo”. Contra fatos, não há argumentos.
Redação