A ex-prefeita de Campina Grande Cozete Barbosa (ex-PT) e o atual prefeito de João Pessoa, Ricardo Coutinho (ex-PT também) já foram companheiros de partido. Mas as afinidades e as coincidências entre os dois não ficam apenas na semelhança do partido onde foram forjados como lideranças políticas.
Cozete tem uma história de lutas, através do Sindicato dos Trabalhadores Públicos Municipais do Agreste da Borborema, o Sintab, que representa os servidores municipais de Campina Grande. Aliás, quem não lembra daquele Sintab atuante, hein? Bem diferente do atual. Mas isso é uma outra história. Cozete formou-se no parlamento e cresceu politicamente pelas próprias pernas, apoiada num histórico que lhe dá muito orgulho.
Ricardo tem uma história parecida. No parlamento, tinha uma postura elogiada por todos. Pela mídia, pelos críticos e, principalmente, pelos seus históricos companheiros. Ricardo formou-se no parlamento e cresceu politicamente pelas suas próprias pernas, apoiado num histórico que lhe dá muito orgulho. Não, o parágrafo não foi repetido por erro de digitação não.
Cozete, do alto de uma invejável votação para Senadora, pensou alto: queria ser prefeita de Campina Grande. Claro, no lugar dela, quem não sonharia assim? O erro foi ter procurado o caminho mais curto para chegar aonde queria: de grande combatente de um grupo político que se revezava no poder há anos e apresentando-se como o contraponto político desse grupo, jogou tudo para o alto.
A petista, combatente, histórica, elogiada, quase endeusada, adotou o discurso da ‘união por Campina Grande’ e aliou-se a Cássio Cunha Lima e seu grupo político, aceitando ser vice-prefeita deste, sob a promessa de ser a candidata do grupo à Prefeitura, quando o mandato dos dois chegasse ao fim, em 2004. O ‘acordo’ foi esquecido, Cozete disputou contra Rômulo Gouveia, o candidato de Cássio, e o final da história todos conhecem: deu Veneziano, que herdou a posição de contraponto ao grupo cassita em Campina.
Agora, o início dessa história se repete. Não com Cozete, mas com Ricardo. Não que eu queira dizer que o final será o mesmo. Mas também não digo que será diferente. Quero deixar a previsão nas palavras da própria Cozete, para que os leitores tirem suas conclusões.
Segundo a ex-prefeita, antes de Cássio fazer uma aliança política parece um cordeiro, mas depois vira um lobo. “Se eu fosse Ricardo Coutinho teria mais cuidado com Cássio, pois ele é um lobo na pele de um cordeiro. Ele, para conseguir o que quer, não respeita os compromissos firmados. Foi assim comigo”.
Cozete ainda salientou que o ex-governador só quer se fortalecer com essa união a que se propõe (com Ricardo Coutinho). Como fez com ela. “Cássio é um sedutor, antes de conseguir o que quer. Depois, fica vingativo. Ele não cumpriu nada do que foi acertado anteriormente comigo”.
Bingo!