Reportagem traz bastidores exclusivos da renúncia do prefeito Léo Abreu a prefeitura de Cajazeiras; dinheiro, TCE, vingança e pressões explicam o ato
VEJA: Tudo que você ainda não sabe sobre a renúncia de Léo Abreu em CZ
Uma reportagem da coluna faisqueira explica os bastidores da rénúncia do prefeito Léo Abreu a prefeitura de Cajazeiras. Em tópicos, o jornalista argumenta fato por fato que fez literalmente a bomba explodir. Confira
Renúncia: a Vingança dos Cartaxos
Ana Cartaxo, mãe de João do Couto Cartaxo, que foi morto com tiros de bacamarte, em 1876, quando defendia a cidade de Cajazeiras, teria mando matar e conservava em uma panela de barro as 12 orelhas dos seis assassinos de seu filho. Em sua memória foi construído um monumento na Avenida Comandante Vital Rolim e foi destruído pelo governo de Dr. Léo Abreu. Os “adivinhões” da cidade estão dizendo que a renúncia do prefeito Léo Abreu, faltando ainda um ano, seis meses e quinze dias para o término de seu mandato, foi mais uma “vingança” ou uma “maldição” dos Cartaxos.
Renúncia: a previsão do pescador
Um cidadão, que pesca no Açude Lagoa do Arroz, desde a sua inauguração, voltava da pescaria com várias piabas enfiadas numa corda de salsa, quando menos esperou a corda se quebrou e várias piabas caíram no chão e depois de apanhá-las, refletiu: hoje vai acontecer alguma coisa de anormal e durante todo o trajeto para casa ficou preocupado e matutando sobre o rompimento da salsa.
Renúncia: a previsão do pescador2
Quando pôs os pés em casa e ligou o radio para, enquanto tratava as bichinhas, no lugar da música, ouviu foi a voz de Peterson Santos, em Edição Extra, dando o maior “furo”, através dos microfones da Rádio Alto Piranhas: “e atenção: acaba de renunciar o seu mandato, o prefeito de Cajazeiras, Léo Abreu”. E a “intuição” do pescador se confirmou e respondeu para si: que desgraça!
Renúncia: foro íntimo
O ex-prefeito Léo Abreu justificou na sua histórica decisão que a renúncia teve motivo de foro íntimo. È a versão oficial. Até agora, a única verdadeira. Mas inúmeras “versões” vêm circulando, tanto pela imprensa, quanto nos bastidores. Uma que tem cheiro de contradição foi a dada por seu pai, deputado estadual Antonio Vituriano de Abreu, que disse ter havido um acordo entre Léo e o vice Carlos Rafael, para depois da metade do mandato renunciar e entregar ao vice e em seguida, na mesma entrevista, disse ainda: não sabia de nada sobre a renúncia. Qual das duas versões tem fundamento?
Renúncia: pouco dinheiro
Ainda circula e o próprio pai de Dr. Léo também tem mais esta versão: “por que ser prefeito para ganhar apenas sete mil reais por mês, enquanto como médico pode ganhar várias vezes este valor?”
Renúncia: muito dinheiro
Um radialista da capital do Estado, através de uma cadeia de rádio, teria dito que na realidade houve um “acordo” e nas “entrelinhas” deste “acordo” teria uma quantia em reai$ que ultrapassou a cifra de um milhão, fato também muito comentado nas “moinhas” dos fofoqueiros de plantão, nas galerias da Câmara Municipal e em muitas rodas de conversas em bares e esquinas da cidade.
Renúncia: muito débito
Outra versão que circula é de que os débitos feitos pelo ex-prefeito Léo Abreu, com fornecedores da prefeitura, já atingia a vultosa importância de seis milhões de reais e não tinha como, mesmo fazendo milagres, como saldá-las e isto estaria tirando o sono e o juízo do prefeito.
Renúncia: relatório do TCE
Mas um fato que teria apressado a renúncia de Dr. Léo teria sido que tinha tomado conhecimento de um relatório do Tribunal de Contas do Estado sobre as contas do ano de 2009, cujo parecer seria “arrasador” e o teria deixado, segundo os mais íntimos, num profundo estado de depressão.
Renúncia: amigos do poder
Um fato que também teria contribuído para a sua renúncia seria para se livrar de uma “dúzia” de alguns “amigos do poder”, que a cada dia queria “sugar” o dinheiro dos cofres da “muda”. Era visível o sinal de “riqueza” destes “amigos”, alguns deles, antes moravam em casas alugadas e nem o aluguel pagavam e hoje possuíam mansões, carros luxuosos e prósperas casas comerciais.
Renuncia: pressões
Ele não estaria agüentando mais, tanto por parte da própria esposa, como de outros familiares e dos verdadeiros amigos, as pressões para estancar esta sangria. Eram muitas as conversas, fofocas e intrigas “palacianas” em torno desta questão e em algumas ocasiões chegou a se impor um isolamento por até cinco dias e tinha como principal refúgio as salas de cirurgias de hospitais da região e do vizinho estado do Ceará.
Renúncia: desencanto
Dr. Léo deve ter pensado uma coisa e encontrou outra totalmente diferente, depois que se sentou na cadeira de prefeito. No lugar de um céu, encontrou um inferno. No lugar do encanto, o desencanto, a decepção, a traição, os carcarás, os desonestos, os oportunistas e poucos, mas pouquíssimos amigos e talvez tudo isto e mais alguma coisa bem pessoal, de foro íntimo tenham contribuído para a sua renúncia, que infelizmente, não deixa de “manchar” a sua vida como homem público.
Renúncia – Histórica
Dr. Léo entra para a História de Cajazeiras, de forma triste e melancólica, como o primeiro mandatário do município a renunciar o cargo de prefeito. Coragem? Covardia? Somente Dr. Léo poderá produzir a verdade para que a História possa julgá-lo.
Do Gazeta do Alto Piranhas