Finalmente ontem foi um grande dia para democracia, já que milhares de eleitores sufragaram o voto nas urnas eletrônicas de todo Brasil. Ainda, na noite de ontem, foram proclamados os resultados, comprovando que nosso sistema de votação e apuração é o mais seguro e ágil do mundo.
Aqui na Paraíba, tudo transcorreu aparentemente bem, com um saldo de muitas mudanças na composição da Assembléia Legislativa, na Câmara Federal e Senado Federal.
Velhos e tradicionais políticos não conseguiram se reeleger para uma vaga no parlamento estadual e federal, causando grande surpresa.
As pesquisas no cenário majoritário mais uma vez falharam.
Em 1º de agosto escrevemos uma crônica intitular: Pesquisas Eleitorais. Lá trazíamos o caráter danoso das pesquisas eleitorais para o sistema eleitoral, principalmente influenciando eleitores indecisos.
O clima do já ganhou e do salto alto derrubaram muitas campanhas tidas como vitoriosas no cenário nacional.
A candidata Dilma Roussef (PT) recebeu um balde da água fria com o crescimento vertiginoso de Marina Silva (PV), trazendo o voto de grande parte da sociedade que não se acostuma, ou mesmo, não veêm com bons olhos, a perpetuação no mandato de um grupo político.
Foi assim, com Fernado Henrique Cardoso (PSDB) que não consegui eleger seu sucessor.
É sempre bom lembrar e reescrever palavras, que expressamente diziam: “Com todo respeito, não vejo para o eleitor qualquer benefício decorrente de pesquisa eleitoral. Pior, quando a pesquisa é tida como ‘manipulada’ com prévios questionamentos de atuação tendente a partido ou coligação.”
Na realidade, me atrevo para o que entendo como proposta ideal, embora drástica, seria a proibição da divulgação de pesquisas eleitorais ao curso da campanha, já que apenas servem como importantíssimo instrumento de estratégia interna das campanhas majoritárias e proporcionais, com reflexo direto no eleitorado indeciso.
O Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, perdeu, e, perdeu feio, quando não conseguiu eleger sua sucessora no primeiro turno, vislumbro ares de mudança no cenário nacional, já que sempre haverá no inconsciente dos brasileiros o desejo de mudança.
Não faz muito tempo, que éramos impedidos de votar, com o comando forte dos militares à frente da nação, num continuísmo autoritário e irracional.
Aos perdedores fica aquela velha sensação de ressaca eleitoral, procurando sempre um “bode expiatório”, para descarregar todos os equívocos de estratégia e ao final purificar-se com a humilhação e vexame alheio.
Tomo emprestadas as palavras do Senador Romano, Marcus Tullius Cicero: "O homem nunca deve humilhar-se a ponto de se esquecer de que é homem."
Mas em que pese tudo isso, restou um recado do povo brasileiro: No final somos nós que decidimos as coisas no Brasil, não existe carta marcada, tudo muda, tudo passa, a única coisa que não passa e não muda é a própria mudança.