Já tratamos neste espaço das estratégias do governador Maranhão em minar as bases, que já não são muitas, do prefeito Ricardo Coutinho. Tendo sucesso, inclusive, dentro do PSB do próprio prefeito e fazendo amigos onde Ricardo cultiva inimigos.
Só que o prefeito da Capital, tão focado que está em estadualizar seu nome, há muito que vem cometendo um erro que pode lhe custar caro lá na frente: ele vem descuidando dos vereadores em João Pessoa.
Rápidas conversas com muitos deles percebe-se que a insatisfação é crescente. Para ganhar terreno Paraíba afora, Ricardo passa a descuidar do próprio quintal. Um movimento natural, como mostra a história, das “civilizações” em expansão.
Não foi assim com a Alemanha de Hitler e com a França de Napoleão, ambos encurralados por descuidarem dos próprios “aliados”?
O caso é tão sério que já é possível ouvir, nos bastidores, da boca de alguns deles que só continuam com Ricardo “por pura falta de opção”. O fosso se acentua ante à ameaça de Maranhão é investir nas lideranças municipais de João Pessoa.
Coisa que não fez ainda. Mas que, se quiser fazer, vai encontrar o campo livre.
Além da questão política, a obsessão de Ricardo por 2010 pode comprometer sua segunda gestão do ponto de vista administrativo. Já se nota que o segundo mandato do Mago não tem a mesma velocidade que o primeiro.
Aliás, este era um dos medos de Ricardo já que é tendência natural dos segundos mandatos a acomodação administrativa.
O prefeito da Capital tem consumido muitas horas em reuniões políticas-eleitorais, em fechamento de alianças e, principalmente, viagens ao interior. Lembrem-se que no primeiro mandato o prefeito gastou mais de R$ 200 mil em diários com viagens ao exterior.
Este ano as únicas cidades “internacionais” que o prefeito tem visitado é a francesa Bayeux e a africana Congo.
Já é hora de acender a luz de alerta no exército dos girassóis. Ninguém conquista o mundo sem mandar em casa.