Não adianta repetir aqui tudo o que a Paraíba já sabe: que o governo de Ricardo Coutinho deixa muito a desejar. Deixa a desejar para os servidores; deixa a desejar para os policiais civis e militares; deixa a desejar para médicos, enfermeiros e outras categorias que tratam com a Saúde; deixa a desejar para os professores e trabalhadores em Educação; deixa a desejar para a população que depende desses serviços…
O problema é que qualquer pessoa que se aproximar do governador para dizer que ele está errado, seja no trato com as categorias, seja no trato com a população paraibana em si, não consegue convencê-lo de que deve mudar o modo de pensar e, sobretudo, de agir. E não consegue por um simples e óbvio motivo: Ricardo diz que, desta forma, sempre tem dado certo.
Eleito vereador em João Pessoa pelo PT, no ano de 1992, com 1.381 votos; reeleito em 1996 com 6.917 votos, obtendo a maior votação dentre os candidatos à Câmara da capital; eleito deputado estadual em 1998 como o mais votado (25.388 votos); reeleito em 2002 com 47.912 votos, sendo novamente o candidato mais votado do pleito.
Em 2003, Ricardo deixou o PT, ingressou no PSB e, no ano seguinte, foi eleito prefeito de João Pessoa, em 1º turno, com 215.649 votos (64,45% dos votos válidos); reeleito em 2008, novamente no 1º turno, com expressiva votação (262.041 votos – 73,85% dos votos válidos).
Em 2010, foi eleito governador da Paraíba com 1.079.164 votos (53,70% dos votos válidos), numa eleição em que ninguém acreditava que saísse vencedor – até mesmo os membros do tal Coletivo duvidavam da vitória.
Com este histórico, alguém ousa dizer a Ricardo que ele está errado em seus atos e que o restante da Paraíba está certo? Este é o grande problema. Enquanto o governador age da forma que bem entende, a população sofre. E ele… não tá nem aí.
Não adianta dizer que a greve dos professores foi feita com o único objetivo de recuperar os salários que eram pagos e que foram parcialmente cortados – inclusive em progressões e outras conquistas;
Não adianta dizer a Ricardo que os profissionais da Saúde estão insatisfeitos e que a solução não pode – e não deve – ser trazer médicos de fora, mesmo pagando salários mais altos que os que estão sendo reivindicados aqui;
Não adianta dizer que pessoas estão morrendo por falta de assistência médica em virtude, única e exclusivamente, da falta de um diálogo com as categorias;
Não adianta dizer que muitas pessoas que trabalhavam, davam expediente, ajudavam o Estado, foram demitidas;
Não adianta dizer que Campina Grande foi importante para a sua eleição e que, mesmo tendo um prefeito contrário politicamente, mereceria atenção do governador para com o seu maior evento turístico;
Aliás, não adianta dizer a Ricardo Coutinho que o fato de ele não apoiar o Maior São João do Mundo beneficia, diretamente, o São João de Caruaru e, por tabela, o estado de Pernambuco;
Não adianta dizer que enquanto o governador faz vista grossa para a implantação de um Porto de Águas Profundas na Paraíba, Pernambuco já tabula o seu terceiro porto, empurrando mais ainda a nossa Paraíba para baixo (porque sempre Pernambuco sendo beneficiada, hein?);
Não adianta provar para Ricardo Coutinho que o Estado tem, sim, dinheiro, pois o balancete divulgado pelo seu próprio governo mostrou que ele recebeu o estado com R$ 570 milhões me caixa – dados divulgados pelo Secretário-Chefe da Controladoria, Luzemar Martins;
Não adianta dizer que o Estado não ter dinheiro para pagar gratificação aos policiais, mas ter para pagar a bolsa aos ex-presidiários é, no mínimo, uma afronta ao cidadão;
Não adianta acessar o sistema Sagres, do Tribunal de Contas da Paraíba, e mostrar ao governador que, nos três primeiros meses deste ano, o Estado teve de receitas R$ 1.618.303.500,31 e de despesas R$ 1.158.110.553,29 – gerando receita em caixa de R$ 460.192.947,02.
Qualquer que seja o argumento, Ricardo vai sempre dizer uma coisa: “eu estou certo, mesmo que o restante da Paraíba pense o contrário”. Pena…
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