Conhecido por comprar brigas desnecessárias que prejudicam a sua imagem pública, o governador Ricardo Coutinho está prestes a nomear o próximo reitor da UEPB. Ricardo tem o direito de escolher o futuro reitor numa lista tríplice, resultado da última eleição. Tecnicamente, mesmo que escolha o último colocado, Ricardo não estará agindo de forma ilegal. Porém, imoral para alguns.
O realismo político (pouco afeito à ética) ensina que o governante deve sempre buscar a emancipação do poder. Maquiavel afirma que o príncipe (governante) não deve se preocupar apenas com o bem ou o que é certo, mas sim em se manter no poder. E disso o nosso governador gosta muito. Nessa lógica, seria bastante plausível que Ricardo não nomeasse o primeiro colocado na eleição da UEPB.
Quem acompanha o debate sobre a UEPB na imprensa, mais precisamente nas últimas semanas, pode perceber que a mídia ricardista está massacrando a gestão da reitora Marlene Alves. Tudo isso para criar um clima de aceitação na sociedade caso Ricardo Coutinho não nomeie o primeiro colocado, aliado de Marlene.
Algo parecido com que o Sistema Correio de Comunicação fez no ano da cassação do ex-governador Cássio Cunha Lima. Por meses, o Sistema reproduzia de forma repetitiva, no melhor estilo Goebbels, reportagens sobre os cheques da FAC e o processo de cassação. Ricardo hoje faz igual, mas usando seus “soldados” da imprensa.
Para quem não anda bem das pernas em Campina Grande, desrespeitar a democracia da comunidade acadêmica pode gerar uma das maiores crises para o governador. Inclusive interna, já que Marlene Alves conta com o apoio do senador Cássio Cunha Lima, pai da autonomia da UEPB, que foi desmontada por Ricardo.
Caso decida pela nomeação de um aliado, Ricardo terá a UEPB em suas mãos. Mais um poder para quem já tem tantos. Poder para o nosso governador nunca é demais.
Vamos ver o quanto Ricardo Coutinho é democrata e republicano.