O governador Ricardo Coutinho revelou ontem, em solenidade no Palácio da Redenção, que o Estado está deixando de cumprir outros compromissos, para quitar dívidas da Companhia de Água e Esgotos da Paraíba (Cagepa), que acumula uma dívida superior a R$ 340 milhões. “Não tem como recuperar o equilíbrio com um déficit de R$ 6 milhões ao mês. Estamos enfrentando uma situação que, ou a gente resolve o macro ou é impossível continuar pagando o que se paga todos os meses, deixando de efetuar pagamentos de outras naturezas para sanar as dívidas da Cagepa”, afirmou.
Ricardo não informou, porém, quais dívidas estariam deixando de ser pagas, e o presidente da Companhia, Deusdete Queiroga, não foi encontrado para dar informações. A secretária de Finanças, Aracilba Rocha, disse que não tinha informações sobre as finanças da Cagepa.
Para resolver o problema ocasionado pelo déficit, o governador enviou ontem à Assembleia Legislativa o Projeto de Lei 992/12 que autoriza o Estado da Paraíba a prestar garantia em um empréstimo que será firmado entre a Companhia de Água e Esgotos da Paraíba (Cagepa) e a Caixa Econômica Federal no valor de até R$ 150 milhões. O projeto dever ser publicado na edição desta terça, 22, do Diário do Poder Legislativo e depois encaminhado à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e também distribuído com os parlamentares. “Está difícil sair da crise, porque precisamos de um empréstimo para renegociar todas as dívidas que foram feitas ao longo de muitos anos.
Estamos em discussão com a Caixa, o Estado vai ser o avalista e já pedi urgência à Assembleia Legislativa para que coloquem em votação esta matéria”, disse.
Ricardo Coutinho acredita que os novos investimentos sanariam o problema da Cagepa, tornando-a viável como empresa pública.
“O empréstimo terá um prazo de carência para que a Cagepa se recupere financeiramente e organizar a empresa, aumente seu faturamento. Também esperamos que o término das obras, no final deste ano ou início do ano que vem consigamos atender João Pessoa em 85% de área saneada. Isso significa mais receita para a empresa”, comentou. Segundo o governador, as dívidas se acumularam porque foram feitos empréstimos com altos juros a bancos de pequeno porte. “Ela fez dívidas inicialmente com bancos muito pequenos e pelo fato de serem pequenos os juros são ainda maiores e isso desequilibrou a empresa. Na lógica em que vinha sendo conduzida a empresa não havia sentido”, disse o governador.
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