O deputado federal Romero Rodrigues (PSDB/PB) solicitou na Câmara dos
Deputados ao Ministro da Integração Nacional que sejam desenvolvidos
projetos para a revitalização do Açude de Bodocongó, localizado no município
de Campina Grande/PB, cartão postal da cidade que se encontra em situação de
grande risco.
Segundo Romero, há um verdadeiro descaso da Prefeitura em resolver os
problemas dos impactos ambientais. O Açude de Bodocongó, antes de ser
construído em 1916, foi um riacho volumoso. O Açude se encontra com péssima
qualidade de suas águas. O açude está servindo para lavagem de automóveis,
Hoje se joga lixo, descarga de esgotos e domésticos e industriais e sofre da
falta de limpeza.
Ele disse que são muito preocupantes as condições atuais do Açude de
Bodocongó, cartão postal da cidade que se encontra em situação de grande
risco, justamente quando está completando 94 anos e o desencanto com a
Administração Municipal, que não está preservando o seu patrimônio
histórico, e nada tem feito em prol das suas riquezas culturais e a própria
história de Campina Grande.
Segundo o professor da UEPB, Luis Carlos Costa Nascimento, a solução seria a
dragagem no açude, ao tempo que, se realize um corte em todo tipo de
lançamento de esgoto, e, conseqüentemente, o tratamento das águas. Tudo isso necessitaria
da iniciativa do poder público.
O Bairro de Bodocongó tem os seus habitantes forçados a conviver num
ambiente social com falta de qualidade de vida. Ademais, vivendo em péssimas
condições urbanas, tendo para tanto de usar as águas poluídas para diversas
atividades de trabalho: pesca, plantação de hortaliças com águas do açude,
etc., conforme o professor.
Bodocongó tem grande importância na história de Campina Grande e da Paraíba
tanto no aspecto histórico como cultural. O Açude de Bodocongó criado nos
primórdios do século XX tornou-se um cenário imprescindível e importante
daquele bairro, pelo menos visualmente. Apesar de sua importância o
manancial foi idealizado por conta da escassez de água na cidade, já que o Açude Velho e o Açude Novo (hoje
soterrado), não mais estavam suportando o fluxo necessário para o
crescimento local.
Na administração de Cristiano Lauritzen, o homem que transformou Campina
Grande, foi levado a cidade um engenheiro da Inspetoria Federal de Obras
Contra as Secas (IFOCS), de nome Miguel Arrojado, que no então Sítio Ramada, localizado na
“Serra da Catarina”, bacia do Bodocongó, a 6 km do centro da cidade, seria o
responsável pelos inícios das obras do novo açude, no ano de 1915. O açude
foi entregue à população em 1917. O reservatório tornou-se um ponto de
lazer, inclusive com passeios de barcos. Ao seu redor começaram a surgir
empresas, destacando-se o “Curtume Vilarim”, e o famoso Matadouro, além de
servir de alicerce para o surgimento do célebre bairro. Porém, hoje está
abandonado pelo Poder Público. O bairro nasceu junto com o açude em 1915.
Depois que o açude foi criado uma fábrica têxtil, um curtume e um matadouro
surgiram, o que influenciou a construção de novas casas no local.
Popularmente, é maior do que oficialmente, ocupando toda a área do bairro
Universitário.
Assim, Bodocongó é conhecido por ter as duas universidades públicas da
cidade, bem como a Escola Técnica Redentorista. Há neste bairro pelo menos
04(quatro) escolas estaduais e 02(duas) municipais, 02(duas) unidades básicas de saúde
da família e um tradicional mercado público, a feirinha do Conjunto Severino
Cabral. Também se deve ressaltar que o bairro possui níveis de qualidade de
vida extremamente variados, sendo a parte centro-leste do bairro mais rica e
próspera que o sul, norte e oeste do bairro.
Diante do exposto, é que solicita que sejam desenvolvidos projetos para
revitalização do Açude de Bodocongó no município de Campina Grande/PB, nos
termos propostos, o que sugere por importante e urgente, a presente medida.
Ascom