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Rômulo Gouveia pode ser alvo de ‘cilada’ em 2014

 

DO MEL AO FEL: Importante figura política da Paraíba pode ser vítima de ‘cilada’ na formação de chapa de 2014

Há um ditado que diz que ‘toda promessa passa pelo teste do tempo’. Nesse quesito o vice-governador da Paraíba Rômulo Gouveia (PSD) pode ser considerado aprovado e com louvor. Aliado há 30 anos ao grupo Cunha Lima de Campina Grande, Rômulo sempre deu e dá sinais de fidelidade, empenho e de compromisso, no entanto, está prestes a conhecer se a reciprocidade do clã Cunha Lima, que hoje pertence ao PSDB, é verdadeira.

Quem ontem deu o mel ao político campinense, em 2014 pode trazer o fel. É que está nas mãos do PSDB decidir se no próximo pleito Rômulo Gouveia será contemplado com um espaço na chapa majoritária, seja com a repetição da candidatura a vice-governador, seja disputando uma vaga no Senado Federal ou se simplesmente fará o caminho de volta à Câmara Federal, quiçá à Assembleia Legislativa do Estado.

No pleito de 2010, Rômulo Gouveia, que estava com uma reeleição garantida rumo à Câmara Federal, foi recrutado pelo PSDB para entrar na disputa estadual ao lado do socialista Ricardo Coutinho (PSB). No primeiro momento o parlamentar hesitou, visto que a postulação do grupo girassol soava naquele momento como um tiro no escuro – era trocar o certo pelo duvidoso – mas depois, na qualidade de soldado do partido, resolveu aceitar e se empenhou como sempre fez, logrando êxito ao final da disputa.

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O fato é que agora Rômulo Gouveia não pertence mais ao PSDB. Ele deixou a legenda tucana para assumir o comando do PSD na Paraíba, uma legenda criada em 2011 e que já nasceu grande no Estado. É nessa nova conjuntura, pertencendo à outra sigla e não mais ao PSDB que Rômulo descobrirá se os anos de fidelidade ao PSDB e ao grupo Cunha Lima pesarão na balança ou se simplesmente serão descartados. No próximo pleito, Rômulo saberá se a fidelidade do antigo partido também passará pelo teste do tempo.

Nos bastidores, a informação é que o clã Cunha Lima trabalha três nomes de tucanos para compor tanto a vaga de vice, quanto a vaga para o Senado, são eles: o vice-prefeito de Campina Grande, Ronaldo Cunha Lima Filho (PSDB), o deputado federal Ruy Carneiro (PSDB) e também o senador Cícero Lucena (PSDB), que pode concorrer à reeleição. Enquanto isso o nome do vice-governador Rômulo Gouveia se aproxima mais da incerteza do ‘pode ser’ e a cada dia se afasta da certeza do ‘deve ser’.

Corrobora como prova da dedicação de Rômulo Gouveia ao grupo Cunha Lima ainda a disputa pela sucessão municipal em Campina Grande nos anos de 2004 e de 2008. Em ambas as ocasiões, Gouveia hesitava em aceitar o desafio, todavia, mais uma vez acatou a decisão do grupo e cumpriu a missão.

O próprio vice-governador Rômulo Gouveia reconhece a importância do clã Cunha Lima em sua vida. Ontem mesmo, durante sessão especial em homenagem ao poeta Ronaldo Cunha Lima no Senado Federal, o político confidenciou as ligações não só partidárias, mas também de amizade pessoal.""

“Comecei na vida pública pelas mãos de Ronaldo Cunha Lima e sempre recebi incentivos dele”, disse o vice-governador, lembrando que foi assessor de Ronaldo, de 1983 a 1988, quando ele era prefeito de Campina Grande e que foi auxiliar do ex-governador, como presidente da Companhia Estadual de Habitação Popular, de 1991 a 1992, no governo de Ronaldo Cunha Lima. A declaração de Rômulo foi feita logo após a sessão realizada na noite dessa segunda.

Gouveia disse ainda que além de sua participação nos governos do ‘Poeta’, suas eleições como vereador, deputado estadual, deputado federal e vice-governador têm ligações diretas ao ex-governador.

Por outro lado, pesa a favor do vice-governador a musculatura adquirida após abandonar o ninho tucano. Além de vice-governador do Estado, o político é presidente estadual de uma legenda, elegeu dezenas de prefeitos e vereadores no pleito de 2012 e ainda garantiu espaços na Assembleia Legislativa da Paraíba, isso tudo sem deixar de ser ‘parceiro’ e fiel ao grupo Cunha Lima.

Resta saber se essa lealdade e dedicação pesarão no Dia D – no dia em que serão escolhidos os candidatos que disputarão ao lado do PSDB e do PSB o pleito de 2014.

Em entrevistas concedidas à imprensa Rômulo disse que continua seguindo às orientações do seu grupo político, podendo disputar qualquer uma das vagas, inclusive vaga alguma, no entanto destacou que se fosse para escolher, escolheria permanecer na vice – eis o recado.

Às vezes ser leal, correto e agir com retidão não são sempre o critério mais forte adotado para escolher os protagonistas de uma chapa majoritária. Muitas vezes um adversário é mais valorizado e os mais chegados são os escanteados.

Quem está junto o tempo todo é o melhor nome, mas nem sempre é o escolhido e é esse o principal problema que o vice-governador terá de enfrentar.

 

Márcia Dias

PB Agora
 

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