Bem mais realista e ‘pés-no-chão’ que o Governador do Estado, Ricardo Coutinho, o Secretário de Segurança Pública e Defesa Social da Paraíba, Cláudio Lima, foi coerente, ao admitir aquilo que os paraibanos estão dizendo em todas as cidades: “Nós temos a consciência de que a situação não está sob controle”.
A fala retrata a realidade da insegurança vivida hoje na Paraíba, em detrimento do quadro que tenta passar o governador, através de uma mídia centrada no reaparelhamento da polícia, com salários elevados e ações efetivas em todas as cidades paraibanas, para reduzir os índices de criminalidade.
O problema é que esta realidade só é vista na mídia oficial. Nos noticiários nacionais, nas manchetes de portais e jornais, nos programas de TV, lá está a dura realidade de nossa guerra local, com soldados sendo obrigados a fazer rodízio de armas, coletes e munição, baixos salários e uma completa falta de estrutura para desempenhar bem suas funções.
E não adianta o Governo do Estado publicar páginas e mais páginas de jornais nos dias posteriores a cada vez que nossa Paraíba aparece negativamente em nível nacional. Não adianta porque, no caso da insegurança pública, o problema é sentido na pele, não tem como maquiar…
A declaração de Cláudio Lima, mais que mostrar a realidade e confirmar aquilo que os paraibanos estão vendo diariamente, contraria o que tem dito o governador. Ela põe em xeque a tentativa vã do Governo do Estado de publicizar um oásis inexistente, onde a realidade mostra, repito, rodízio de coletes, rodízio de balas, rodízio de revólveres, soldados mal pagos e um completo desrespeito por parte de quem prometeu e não cumpriu.
Por falar em promessas, será que alguém lembra o que disse Ricardo Coutinho na campanha de 2010 sobre a Segurança Pública? Vamos relembrar, então, três oportunidades. Na primeira, Ricardo promete ir às ruas, pessoalmente, comandar operações para, em seis meses, mudar a realidade da insegurança na Paraíba. “Eu vou fazer isso como governador, chamando para mim a responsabilidade. Eu não vou me esconder atrás de secretário, disso ou daquilo não, a responsabilidade é minha, enquanto governante. Sendo governador, em seis meses esses índices alarmantes e impressionantes de assaltos a bancos, assaltos a ônibus, homicídios, isso vão ter que baixar e vão baixar. Eu vou conduzir pessoalmente isso, junto com o secretário, eu quero estar à frente disso, para poder resgatar e devolver à população a tranquilidade necessária. Do jeito que está ninguém aguenta, amigo”, disse ele
Veja a fala, na íntegra:
“Eu quero não só pagar melhores salários para exigir mais. Eu acho que cada um de nós, servidores públicos, e eu sou servidor público também, nós precisamos ser exigidos, agora, é preciso que a gene tenha uma melhor condição. Os policiais, para fazer frente a essa onda de violência, que culminou ontem com o fato de mais um banco ser assaltado, dessa vez em Sapé, e com um detalhe, os assaltantes que usaram dinamite fugiram num carro da polícia e levaram dois policiais como reféns. Ou seja, chegamos ao limite, chegamos ao fundo do poço. E sabe porque? Porque o Estado, o atual e só quer saber das próximas eleições, do dia 3 de outubro. E pra isso estão inviabilizando o Estado, estão gastando fortunas com coisas que nãot em absolutamente nada a ver para a população e, ao mesmo tempo, para as políticas públicas não sobra absolutamente nada. Eu acho que nós temos que combinar salários melhores, estratégias maiores e melhores de formatação dessas políticas públicas e ao mesmo tempo garantir um choque de tranquilidade não tem pra onde,m tem que fazer isso e eu vou fazer isso como governador, chamando para mim a responsabilidade. Eu não vou me esconder atrás de secretário, disso ou daquilo não, a responsabilidade é minha, enquanto governante. Sendo governador, em seis meses esses índices alarmantes e impressionantes de assaltos a bancos, assaltos a ônibus, homicídios, isso vai ter que baixar e vai baixar. Eu vou conduzir pessoalmente isso, junto com o secretário, eu quero estar à frente disso, para poder resgatar e devolver à população a tranquilidade necessária. Do jeito que está ninguém aguenta, amigo”.
Em outra oportunidade em que Ricardo Coutinho falou sobre Segurança Pública em seu guia eleitoral, Ricardo prometeu até câmeras de segurança nos pontos mais críticos da Paraíba. E prometeu também premiar os policiais por produtividade. Até agora, nada. Veja:
“A política de segurança da nova Paraíba que vamos construir começa pela valorização do policial, salários dignos para a PM e para a Polícia Civil. Vamos apoiar a aprovação, no Congresso Nacional, da PEC 300, que fixa um piso nacional para o policial. Abriremos novos concursos para a PM e para a Polícia Civil. E todos os atuais concursados serão chamados. Vamos criar uma polícia de fronteiras, para acabar com a farra da bandidagem, que sai dos estados onde tem segurança e vem para a Paraíba, onde não são incomodados. No atual governo, o sistema de segurança pública não utiliza, como deveria, a tecnologia como instrumento fundamental para o trabalho dos policiais e a tranquilidade das pessoas. Por exemplo: a Prefeitura da capital tem mais câmeras de segurança de que todo o estado. Vamos instalar câmeras de vídeo para proteger a sociedade 24 horas por dia. Fiz na Prefeitura, vou fazer no Estado. Vamos criar a Polícia Cidadã. Quero estabelecer a articulação das ações envolvendo Polícia Militar, Polícia Civil, Corpo de Bombeiros e até a Polícia federal. Hoje é cada um por si. No nosso governo trabalharão integrados, para gerar mais proteção à sociedade. No nosso governo, pretendo estabelecer um sistema de metas de redução dos índices de criminalidade e violência em todo o estado e, dessa forma, premiarei o empenho dos policiais. É o pagamento da produtividade no trabalho policial. Atualmente, o cidadão de bem, o trabalhador, o jovem, é que ficam presos em casa, cercados de grades. Os bandidos ficam nas ruas, soltos e livres, sem serem incomodados, Essa situação vai acabar. Vamos dar um choque de tranquilidade no Estado. A Paraíba vai avançar 40 anos em 4. E sua vida vai ficar mais segura e melhor”.
Mais adiante, parece que Ricardo Coutinho está falando do próprio governo. Mas não, era crítica pura e simples daquela época, com a promessa de resolver tudo. Veja:
“Polícia sem balas, viaturas quebradas, delegacias sem delegados. Não é à toa que os índices de criminalidade na Paraíba só crescem. O descaso é total. É preciso ter pulso firme. Olhe à nossa volta, Pernambuco implantou, com grande sucesso, um programa de segurança chamado Pacto pela Vida. O Rio Grande do Norte conseguiu reduzir significativamente os índices de criminalidade. E com a vida dos bandidos dificultada por lá, eles correm para onde tudo é mais fácil, para o nosso estado. Mas, no meu governo, isso vai acabar. Vou colocar a polícia na rua, mas também vou levar educação, cultura, esporte e lazer para as áreas mais críticas. Vou também articular as ações das polícias Civil, Militar e do Corpo de Bombeiros, integrando a Paraíba ao Sistema Único de Segurança Pública, o que ai viabilizar a vinda de recursos federais. Lugar de polícia é nas ruas. Hoje a Paraíba precisa de, no mínimo, 5 mil novos policiais. Vou contratar imediatamente os concursados e fazer novos concursos. Muitos crimes são evitados ou resolvidos através de imagens gravadas por câmeras de vídeo. Por isso, vou mapear as áreas de ocorrências e instalar câmeras para ficar 24 horas protegendo a sociedade. A polícia precisa estar próxima das comunidades. Inclusive para conhecer os cidadãos e torná-los parceiros na consolidação da segurança pública. Assim, daremos um grande salto na segurança, que a Paraíba tanto precisa”.